Mudança de faixa : as convergências, rotinas e processos editoriais em emissoras em Curitiba e Região Metropolitana na migração AM/FM

Abstract

Resumo: A migração das rádios AM para FM é um processo que completa sua primeira década no Brasil. Desde 2013, mais de mil emissoras brasileiras passaram a transmitir na nova faixa. Porém, uma parcela dessas emissoras, em especial nas capitais, não encontrou espaço na faixa tradicional (após 87,5 Mhz). Esse processo interfere na forma de como os ouvintes recebem os sinais e a programação dessas rádios e os radiodifusores procuram soluções para esse reposicionamento, nas áreas tecnológicas e editoriais. Sendo assim, esta dissertação analisa o processo de migração de cinco emissoras de Curitiba e Região Metropolitana (Banda B, Mais, Difusora, Cultura e Educativa) a partir das narrativas de seus gestores, que trabalham essas mudanças a partir das autorizações governamentais, da adaptação tecnológica e nas questões econômicas que envolvem a configuração das emissoras. A partir da análise crítica da narrativa das entrevistas com essas equipes, a pesquisa busca responder como os discursos dos gestores afeta o processo de mudança de faixa, em relação à convergência tecnológica, às dinâmicas comunicacionais e às escolhas editoriais. A categorização, por meio da Análise Crítica da Narrativa, de Luiz Gonzaga Motta, tem como base os conceitos de rádio expandido e hipermidiático, defendido por autores como Marcelo Kischinhevsky e Débora Lopez, que vai além das ondas hertzianas e que se espraia por agregadores de podcast, portais, vídeos etc. De maneira geral, os radiodifusores anseiam pela transição para a faixa FM, devido aos desafios enfrentados pelas emissoras para garantir sua permanência no ar. No entanto, devido ao processo ainda estar em andamento, as narrativas refletem influências da conformação do rádio estabelecida no início do século XX. Isso evidencia a persistência da linguagem radiofônica no ecossistema midiático, apesar da evolução tecnológica que modifica a relação do ouvinte com o meio.

Abstract: The migration of AM radio stations to FM is a process that completes its first decade in Brazil. Since 2013, over a thousand Brazilian stations have begun transmitting on the new band. However, a portion of these stations, especially in the capitals, has not found space in the traditional band (above 87.5 MHz). This process affects how listeners receive signals and programming from these stations, and broadcasters seek solutions for this repositioning in technological and editorial areas. Therefore, this dissertation analyzes the migration process of five stations in Curitiba and the Metropolitan Region (Banda B, Mais, Difusora, Cultura, and Educativa) based on the narratives of their managers, who work on these changes based on government authorizations, technological adaptation, and economic issues involving station configuration. Through a critical analysis of the narratives from interviews with these teams, the research seeks to answer how managers' discourses affect the process of band migration in relation to technological convergence, communicational dynamics, and editorial choices. The categorization, through the Critical Narrative Analysis by Luiz Gonzaga Motta, is based on the concepts of expanded and hypermediatic radio, advocated by authors like Marcelo Kischinhevsky and Débora Lopez, which go beyond Hertzian waves and spread through podcast aggregators, portals, videos, etc. In general, broadcasters eagerly anticipate the transition to the FM band due to the challenges faced by stations in ensuring their continued operation. However, as the process is still ongoing, the narratives reflect influences from the establishment of radio formats in the early 20th century. This highlights the persistence of radio language in the media ecosystem, despite technological evolution altering the listener's relationship with the medium.