A ideia do bem na República de Platão como o coração do platonismo : uma crítica às doutrinas não escritas

Abstract

Resumo: O objetivo dessa dissertação é mostrar que a ideia do Bem não deve ser dissociada da metafisica das ideias, bem como da conexão entre os mitos e imagens que Platão oferece. O primeiro capítulo apresenta o de nível de dificuldade que encerra o problema do Bem. E discute porque o Bem não pode ser considerado um conceito de conteúdo restrito. Nesse caso, caracteriza a dialética ascendente como a via que conduz o aprendizado da lição máxima. O segundo capítulo trata da escola de Tübingen, mediante o aperfeiçoamento dado por Reale, este apresenta as principais teses dessa escola: A identificação do Bem com o Uno, e as doutrinas não-escritas. O capítulo três trada da postura de Altman que considera a ideia do Bem como órgão central da República. E revela as inconsistências e fraquezas do sistema de Reale, provando que a identificação com o Uno é falsa e não encontra concordância com a República. Assim, evidencia a irrelevância das doutrinas orais e o modo elas revelam posições diferente de Platão. O capítulo quatro, justifica que a vertente hermenêutica de Pierre Hadot é fundamental pois apresenta a modalidade existencial da filosofia antiga como um caminho direcionado ao bem viver. Dessa forma, a filosofia de Platão busca através do exercício da dialética a realização do bem. A Conclusão pretende mostrar que a metafísica do Bem se traduz na elevação dialética, e situa a concordância entre filosofia e modo de vida filosófico. O Bem é por excelência um aprendizado que sugere além de estudo uma vivência que termina em uma transformação. É colocado a importância da ideia do Bem no sentido que esta entrelaça vários elementos da filosofia de Platão. Nesse ponto é denunciado que as doutrinas não escritas violam o caráter epistemológico da filosofia platônica pois discordam dos ensinamentos escritos de Platão recorrem aos testemunhos e fontes indiretas para justificá-la.

Abstract: The objective of this dissertation is to show that the idea of the Good must not be dissociated from the metaphysics of ideas as well as from the connection between the myths and images that Plato offers. The first chapter presents the difficulty level that ends the problem of Good. And it discusses why the Good cannot be considered a concept of restricted content. In this case, he characterizes the ascending dialectic as the path that leads to the learning of the maximum lesson. The second chapter deals with the Tübingen School, through the improvement given by Reale, it presents the main theses of this school: The identification of the Good with the One, The unwritten doctrines. Chapter three deals with Altman's position that considers the idea of the Good as the central organ of the Republic. And it reveals the inconsistencies and weaknesses of the Reale system, proving that the identification with the Uno is false and does not agree with the Republic. Thus, it highlights the irrelevance of oral doctrines and the way they reveal positions different from Plato. Chapter four justifies that Pierre Hadot's hermeneutic aspect is fundamental because it presents the existential modality of ancient philosophy as a path directed to living well. In this way, Plato's philosophy seeks through the exercise of dialectics the realization of the good. The Conclusion intends to show that the metaphysics of the Good translates into dialectical elevation, and locates the agreement between philosophy and a philosophical way of life. The Good is par excellence a learning that suggests, in addition to study, an experience that ends in a transformation. The importance of the idea of the Good is placed in the sense that it intertwines several elements of Plato's philosophy. At this point it is denounced that unwritten doctrines violate the epistemological character of Platonic philosophy because they disagree with Plato's written teachings and resort to testimonies and indirect sources to justify it.