Avaliaçao do potencial nutritivo do seston para maricultura de mar aberto no Estado do Paraná, BR
Resumo
A maricultura de mar aberto destaca-se no cenário internacional como uma nova fronteira de utilização do espaço marinho para produção de alimento, sem os conflitos sócio-ambientais da maricultura em áreas costeiras protegidas. Esse trabalho objetivou avaliar a qualidade do seston como alimento para moluscos filtradores na plataforma rasa do Paraná, entre as isóbatas de 10 e 30 m. Foram obtidos dados da hidrografia, clorofila a e fotossintese e amostras de água de superficie, meio e fundo para análises de seston, matéria orgânica particulada (MOP), carbono orgânico particulado (COP) e carbono do fitoplancton (Cro). A hidrografia revelou a formação da termoclina sazonal no verão e uma coluna d' água homogênea no inverno. As concentrações clorofila a foram maiores na superficie e no fundo e foram registrados máximos subsuperficiais de clorofila a no verão. A concentração do seston variou de 8,8 a 26,5 mg., com as maiores concentrações no fundo das áreas costeiras. A MOP e o COP apresentaram uma tendência de decrescer da área mais próxima para a mais afastada da costa e também estiveram mais concentrados no fundo. Suas concentrações variaram respectivamente de 0,1 a 2,17 mg.l' de 129,3 a 531,1 ug.l'. O Cfito variou de 1,07 a 54,8 µg.l' e esteve mais concentrado no fundo. A fração orgânica do seston foi baixa, de no máximo 8%. A qualidade da MOP, avaliada pela contribuição do Co para o COP, aumentou em direção ao fundo e à região mais afastada da costa, indicando que a maricultura de mar aberto no Paraná é viável, do ponto de vista da disponibilidade de alimento para moluscos filtradores, desde que os cultivos sejam montados próximo ao fundo e nas áreas mais afastadas da costa.
Palavras-chave: maricultura de mar aberto; seston; matéria orgânica particulada; carbono orgânico particulado; fitoplàncton; plataforma rasa.
Collections
- Oceanografia [354]