Produção de pellets a partir da biomassa de capim elefante BRS kurumi, lodo flotado e bagaço de mandioca
Resumo
Resumo : a busca por alternativas mais limpas de produção energética utilizando fontes renováveis, vem crescendo cada vez mais. A biomassa vegetal, especialmente o capim elefante e seus genótipos vem sendo alvo de estudos para fins energéticos, devido à alta produção e qualidade de biomassa (produção de forragem, tempo de rebrota curto e elevado poder calorífico). Nas indústrias de processamento de carne especialmente os abatedouros e frigoríficos, grande quantidade de efluentes é gerado devido ao elevado consumo de água nos processos. Esses efluentes são altamente poluentes, além da complexidade de seu tratamento e elevados custos advindos para um manejo adequado. No processamento da mandioca, além da extração do amido, são gerados subprodutos, como o bagaço da mandioca, seu descarte se enquadra como um potencial agente poluidor ao meio ambiente. Assim, estes subprodutos juntamente com a biomassa de capim elefante, poderia ser melhor aproveitada se submetida aos processos de produção de biocombustíveis sólidos. Dentre os processos para melhorar as características energéticas destes materiais in natura destaca-se a peletização, que por compactação, gera um material granulado denominado de pellet, de alta densidade energética. Deste modo, o objetivo do presente trabalho foi produzir pellets de capim elefante cv. BRS Kurumi com lodo flotado de efluente agroindustrial e bagaço de mandioca. A biomassa de capim-elefante, o lodo flotado e o bagaço de mandioca foram caracterizados quanto às suas propriedades físico-químicas e energéticas. As misturas propostas com adição de lodo (0 - 20%) e bagaço de mandioca (0 a 2%) a biomassa de capim Kurumi foram compactadas em peletizadora modelo ATX. Os pellets (TK, TKL, TKLB1, TKLB2) foram caracterizados por análise imediata, densidade aparente, densidade a granel e energética, poder calorífico superior (PCS) e inferior (PCI). Observou-se que os pellets produzidos com 100% capim BRS Kurumi (TK) apresentaram um elevado teor de cinzas (14,66%), e na adição do lodo flotado (TKL) esse valor diminui (7,28%), aumentando o teor de carbono fixo (18,14%), o que consequentemente aumentou o PCS para 17,42 MJ.kg-1 , e a densidade energética a granel para 8,25 GJ.m-3 , e a densidade aparente para 17,73 GJ.m-3 . Visualmente a adição de bagaço de mandioca ao capim Kurumi e ao lodo, nas condições de umidade, granulometria e equipamento utilizado não contribuiu para a agregação das partículas, confirmado pela densidade, onde o tratamento TKL apresentou maior densidade aparente e maior densidade energética. No entanto, TKLB2 foi melhor que TKLB1. De modo geral, todos os tratamentos propostos são possíveis de serem realizados apresentando características físico-químicas e energéticas promissoras para sua utilização como biocombustíveis sólidos.