Políticas públicas de controle da dengue na escala local : uma perspectiva geográfica sobre as cidades do Rio de Janeiro/RJ e Curitiba/PR
Resumo
Resumo: A dengue se destaca como um dos maiores problemas de saúde pública do mundo devido à proporção de seus surtos e epidemias, sendo considerada pela OMS (2017) uma doença negligenciada. No Brasil, a dengue contribui com expressivo número de registros da doença, com grande impacto econômico e social nas áreas endêmicas, desencadeando resultados em diferentes escalas. Os determinantes e condicionantes desse processo epidemiológico envolvem as relações sociais, o ambiente e o território. No desenvolvimento dessa pesquisa, compreendeu-se que as políticas públicas são base fundamental para uma sociedade organizada, nesse sentido a Geografia pode contribuir muito nas análises, através da dimensão espacial, assim como em questões territoriais, de região ou de escala. A complexidade da dengue foi entendida com base nas contribuições de Sorre (1984), destacando a relação direta entre as questões relacionadas ao clima, ao vetor e ao meio econômico-social e à população vulnerável. O objetivo central dessa tese foi a construção de uma análise comparativa das políticas públicas de controle do vetor da dengue (Aedes aegypti) para as cidades do Rio de Janeiro/RJ e Curitiba/PR, considerando os determinantes e condicionantes geográficos preditivos da doença. Foi realizada uma análise sistêmica da complexidade da dengue levando em consideração a dimensão ambiental, com os casos de dengue para as cidades, a dimensão urbana e social, com os dados sobre esgotamento sanitário, abastecimento de água e coleta de resíduos, além da dimensão das políticas de controle da dengue, em diferentes escalas. Também foram analisados e entrevistas foram aplicadas aos gestores das cidades para compreender as ações na prática. A comparação entre as cidades em relação à vulnerabilidade social e ambiental e ao desenvolvimento da doença coloca o Rio de Janeiro em evidência, mas Curitiba também apresenta áreas problemáticas principalmente porque as políticas públicas/campanhas de controle do vetor subestimam os determinantes e os condicionantes epidemiológicos e geográficos ao desenvolvimento do vetor Aedes aegypti. Assim, a ação em alguns momentos é ineficaz e/ou insuficiente para o controle justificando a sucessiva e intensa ocorrência de epidemias de dengue no Brasil. Abstract: Dengue’s fever stands out as a serious public health problem in the world due to the proportion of its outbreaks and epidemics, and for this reason is considered by the WHO (2017) to be a neglected disease. In Brazil, dengue contributes with significant numbers of disease records, causing economic and social impact in the endemic areas and at different scales. Determinants and constraints of this epidemiological process involve social relations, environment and territory. Development of this research has understood that public policies are fundamental basis for an organized society, in this sense geography can contribute much in the analysis, through the spatial dimension, as well as the territorial, regional or scale issues. Dengue's fever complexity was analyzed by Sorre (1984), highlighting the direct relationship between the climate, the vector born disease, the socio-economic environment and the vulnerable population. The main objective was a comparative analysis of public policies to control the dengue's fever vector-borne disease (Aedes aegypti) for the cities of Rio de Janeiro/RJ and Curitiba/PR, analyzing geographical determinants of the illness. For the environmental dimension, the systemic analysis of the complexity of dengue’s fever used the disease cases for the cities. In the urban and social dimension, sewage, water supply and waste collection were used. On the dimension of the control policies, documents of the public policies of dengue’s fever control in different scales and interviews applied to the managers of the cities were analyzed the actions in the practice. Between cities, social and environmental vulnerability to the development of the disease places Rio de Janeiro is in evidence, but Curitiba also presents problematic areas. Public policies/vector control campaigns underestimate geographical elements to the development of the Aedes aegypti. Therefore, public policy action may be ineffective and/or insufficient to control the disease, justifying the successive and intense occurrence of dengue epidemics in Brazil.
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- Teses [126]