Concordância intra e interobservadores de achados histopatológicos em pacientes pediátricos com esofagite eosinofílica
Resumo
Resumo: INTRODUÇÃO: O diagnóstico de esofagite eosinofílica (EoE) requer quantificação da eosinofilia esofágica. Um sistema de escore histológico (Eosinophilic Esophagitis Histologic Scoring System-EoEHSS) desenvolvido por patologistas especialistas, analisa a inflamação eosinofílica (IE) e outras características incluindo hiperplasia de camada basal (HCB), abscessos eosinofílicos (AE), alinhamento superficial em camadas (ASC), dilatação de espaços intercelulares (DEI), alteração epitelial superficial (AES), disceratose de células epiteliais (DCE) e fibrose da lâmina própria (FLP). O grau e o estágio das anormalidades são classificados numa escala de 4 pontos (0= normal e 3= alteração máxima). OBJETIVO: O objetivo desse estudo foi analisar a concordância intra e interobservadores entre patologistas não especialistas na identificação das características histológicas do EoEHSS em pacientes pediátricos. PACIENTES E MÉTODOS: Foram utilizadas 50 lâminas de tecido esofágico de pacientes (1-15 anos, 72% masculino) com EoE. Quatro patologistas determinaram os achados do EoEHSS em duas ocasiões. A concordância intra e interobservadores foi analisada usando o coeficiente de Kappa (k ) e coeficiente de correlação intraclasse (CCI). RESULTADOS: As concordâncias intra e interobservadores para a identificação da contagem de eosinófilos >15/campo de grande aumento foram excelentes entre todas as patologistas, no entanto houve variação na avaliação dos demais componentes individuais do EoEHSS. Para a patologista mais experiente, exceto para HCB (concordância razoável; k =0,24), o s valores de k para os itens do EoEHSS (k =0,62-0,94) e o CCI para o escore composto (CCI=0,90-0,94) revelaram concordância substancial e excelente. Para as patologistas menos experientes, a concordância intraobservador foi moderada (k =0,47-0,50) para IE (grau), razoável (k =0,25-0,37) para IE (estágio), de razoável a moderada (k =0,38-0,51) para HCB (grau), de fraca a substancial (k =0,11-0,73) para HCB (estágio), de moderada a substancial (k =0,52-0,62) para AE (grau), de razoável a substancial (k =0,29-0,69) para AE (estágio), de razoável a moderada (k =0,22-0,60) para ASC (grau e estágio), de fraca a razoável (k =0,00-0,29) para DEI (grau), de razoável a substancial (k =0,30- 0,65) para DEI (estágio), de fraca a moderada (k =0,18-0,31) para AES (grau), de fraca a razoável (k =0,08-0,39) para AES (estágio), de fraca a razoável (k =0,20-0,38) para DCE (grau), de fraca a moderada (k =0,05-0,49) para DCE (estágio), de ausente a fraca (k = <0-0,20) para FLP (grau) e de ausente a razoável (k = < 0-0,35) para FLP (estágio). Para essas patologistas, a concordância intraobservador para o escore composto (grau e estágio) variou de moderada a substancial (CCI=0,52-0,80). A concordância interobservadores foi moderada (k =0,41) para o grau IE (grau) e para o escore composto (estágio) (CCI=0,45), razoável (CCI =0,33) para o escore composto (grau) e variou de ausente a razoável (k = < 0-0,39) para os demais itens do EoEHSS. CONCLUSÃO: A s concordâncias intraobservador e interobservadores para identificar contagem de eosinófilos > 15 eos/CGA, essencial para o diagnóstico da EoE, foram excelentes. A maioria dos itens do EoEHSS apresentou confiabilidade substancial a excelente quando analisados por patologista experiente no diagnóstico de EoE. Entre patologistas menos experientes a concordância intra e interobservadores revelou menor repetibilidade. Estes achados sugerem haver necessidade de treinamento específico de patologistas na identificação das características do EoEHSS, uma vez que são consideradas úteis para avaliar alterações histológicas além da contagem de eosinófilos. Abstract: INTRODUCTION:Thediagnosisofeosinophilicesophagitis(EoE)requiresquantification of esophageal eosinophilia. A histologic scoring system (EoEHSS) developed by expert pathologists evaluates eosinophilic inflammation (El) and other features including epithelial basal zone hyperplasia (BZH), eosinophilic abscesses (EA), eosinophil surface layering (SL), dilated intercellular spaces (DIS), surface epithelial alteration (SEA), dyskeratotic epithelial cells (DEC) and lamina propria fibrosis (LPF). Grade and stage of abnormalities are scored using a 4-point scale (0 normal; 3 maximum change). OBJECTIVE: The aim of this study was to assess intra- and interobserver agreement among non-expert pathologists in identifying histologic features of EoEHSS in pediatric patients. PATIENTS AND METHODS: We used 50 glass slides from patients (aged 1-15 years; 72% male) with EoE. Four pathologists determined EoEHSS findings on two occasions. Intra- and interobserver agreement in identifying the histologic features of the EoEHSS was assessed using Kappa (k ) statistics and intra-class correlation coefficient (ICC). RESULTS: Intra- and interobserver agreement for the identification of eosinophil counts >15 /high power field (HPF) was excellent for all pathologists, however varied per item and among the observers when assessing additional features of the EoEHSS. For the more experienced pathologist, except for BZH (fair agreement; k=0,24), k values for the remaining EoEHSS (k=0.62-0.94) items and the ICC for the composite score (ICC=0.90-0.94) revealed substantial and excellent agreement. For the less experienced pathologists, intraobserver agreement was moderate (k=0.47- 0,50) for El (grade), fair (k=0.25-0.37) for El (stage), ranged from fair to moderate (k=0.38-0.51) for BZH (grade), from poor to substantial (k=0.11-0.73) for BZH (stage), from moderate to substantial (k=0.52-0.62) for EA (grade), from fair to substantial (k=0.29-0.69) for EA (stage), from fair to moderate (k=<0.22-0.60) for SL (grade and stage), from poor to fair (k=0.00-0.29) for DIS (grade), from fair to substantial (k=0.30- 0.65) for DIS (stage), from poor to moderate (k=0.18-0.31) for SEA (grade), from poor to fair (k=0.08-0.39) for SEA (stage), from poor to fair (k=0.20-0.38) for DEC (grade), from poor to moderate (k=0.05-0.49) for DEC (stage), from absent to poor (k=-0.50- 0.20) for LPF (grade), and from absent to fair (k=<0-0.35) for LPF (stage). For these pathologists, intraobserver agreement for the composite score (grade and stage) ranged from moderate to substantial (ICC=0.52-0.80). Interobserver agreement was moderate (k=0,41) for El (grade) and for the composite score (stage) (ICC=0.45), fair (ICC=0.33) for the composite score (grade) and ranged from absent to fair (k=<0-0.39) for other items of EoEHSS. CONCLUSION: Intra- and interobserver agreement for the identification of eosinophil counts >15 /HPF, required for the diagnosis of EoE, was excellent. Most items of the EoEHSS and the composite scores were associated with substantial to excellent reliability when assessed by a pathologist experienced in the diagnosis of EoE. Among less experienced pathologists, intra- and interobserver agreement to identify El and EA varied from fair to moderate, however for the remaining items was less reliable. These findings suggest that there is a need for specific training of pathologists for the identification of EoEHSS characteristics, once these features are considered useful to evaluate histologic abnormalities beyond eosinophil counts.
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