Carlos Molina, Oitiva realizada no dia 21/11/2013
Resumo
Coordena a mesa a Drª Ivete Caribé da Rocha.
Relata sua participação nos movimentos políticos e sociais entre 1970 e 1990.
Inicia em 1975 sua trajetória onde há a luta política X a luta social, sua trajetória começa no Partido Comunista. Quando vai para São Paulo se engaja na militância, participando de panfletagens e comícios relâmpagos. Fala da Ação Popular, MR8, VPR citando Marighella. Das greves do ABC Paulista, onde Lula sai vitorioso, mas para ele os responsáveis pela vitória são, o Alemão do PDC, Batista, Gilmar e Zé Maria.
Em 1978 já em Curitiba participou do Comitê de Anistia Flávia Schilling, uma das atividades que participou foi de uma panfletagem na frente do campo do Coxa. Narciso Pires era o Coordenador do Comitê e faziam parte, Clair, Aziel Pereira, Scalco, Wagner D’Angelis, Francisco e Cristina Simião entre outros.
Em 1979 participa do Comitê de solidariedade dos trabalhadores em greve participam: Ivo Pugnaloni, Hilton Zirmerman, Paulinho Vermelho.
Fala da organização nos bairros Moradias Cajuru e Valetão, onde participavam: Profº Lamartine, Denise Camargo, Fabio Campana, Ivo Pugnaloni, Martina, Elba, Gilda Ramalho. O trabalho nas associações de bairros levava a população todo tipo de política, cultura e luta econômica. Já é o governo de José Richa que cria as frentes de trabalho e as mini cooperativas, cita Otto Bracarense, Antenor Bonfim e Cesar Pelossi.
Expõe sobre a questão indígena no Paraná, destacando a construção de Itaipu, onde o dinheiro que era para indenizar os índios foi utilizado para financiar a repressão na tríplice fronteira. Expõe sobre a morte do Cacique Cretã, onde ele o Paraguaio segundo na hierarquia da tribo, entram em confronto com a madeireira Slavieiro. A FUNAI monta uma farsa, acabando com a reserva densa de araucária. Cretã foi assassinado pela madeireira Slavieiro, o caminhão que bate no fusca dele prestava serviço para a madeireira. Após dois meses aproximadamente o Paraguaio também é morto.
Ainda dentro das organizações sociais participada Associação Nacional do índio, juntamente com Narciso Pires, Claudio Ribeiro, Jacob Picolli. Conta das reuniões que haviam na Igreja Guadalupe onde havia a participação do Padre Antônio, Pastoral Operária, Padre João Klarck que era Irlandes.
Nasce em Curitiba o primeiro Comitê em defesa da Amazônia – tinha como foco a luta pela cidadania, pela soberania Nacional, por melhores condições de vida.
Relembra que cada organização tinha seu jornal: PCdoB – Tribuna Operária, MR8 – Hora do Povo, PSTU – Em Tempo, já havia a divisão ideológica. Em 1981/82 os jornais são invadidos.
A abertura foi conquistada de forma difícil e com muita luta, reforça que o golpe foi civil e militar grandes empresas financiaram a ditadura como Oldebrechet, CR Almeida, Sarney, Delfim Neto uma parte da igreja.
Cita alguns participantes da repressão: Detetive Ismael, Coronel Artigas, Delegado Almir Chagas, Delegado Osias Algarve, General Ítalo Conti, Capitão Meirelles e Coronel Malluceli.
Relembra a Operação Ferradura, quando acontece o comício do Figueiredo em 1982 na Praça Rui Barbosa em Curitiba.
Molina foi sequestrado, preso 42 vezes e apanhou várias vezes.
Participa da coordenação do Movimento Diretas Já.
“A ditadura trouxe a oportunidade dos mais diversos seguimentos discutirem o livre pensamento” – Hoje o debate acabou. O processo para a democracia não terminou, mas é perigoso, por que hoje o discurso está muito igual em função dos marqueteiros e os interesses são mais pessoais do que coletivo. “Como vou me inserir para me dar bem”? Não se sabe mais quem é quem.
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- Violência de estado [390]
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