dc.description.abstract | Resumo: Solventes orgânicos hexacarbonados são compostos usados extensivamente na indústria, sendo responsáveis por um quadro de neuropatia em indivíduos expostos ocupacionalmente. O principal metabólito destes solventes encontrado no organismo de humanos e animais experimentais ê a 2,5-hexanodiona, a qual parece mediar o quadro neurotóxico induzido por seus compostos progenitores. Animais experimentais tratados com a 2,5- hexanodiona apresentam fraqueza motora e diminuição no ganho de peso corporal. Alguns estudos demonstram ainda inibição da atividade de enzimas glicoliticas e alteração da atividade da acetilcolinesterase. Neste trabalho de tese, estudou-se o efeito do tratamento crônico em ratos adultos e jovens sobre diversos parâmetros bioquímicos, físicos e comportamentais. Estudou-se ainda o efeito do tratamento agudo sobre alguns parâmetros comportamentais e nocicepção. Outro aspecto abordado foi o estudo do efeito da 2,5-hexanodiona sobre a atividade de colinesterases "in vitro" e "in vivo". Observou-se que tanto ratos jovens como ratos adultos intoxicados cronicamente com a 2,5 - hexanodiona apresentaram diminuição no ganho de peso corporal e menor peso de cérebro que os animais controle. Peso de fígado só foi afetado em ratos jovens. Os animais adultos intoxicados apresentaram ingestão Alimentar semelhante aos animais controle e beberam ligeiramente mais que estes últimos. Tanto os animais adultos como os animais jovens tratados com 2,5-hexanodiona apresentaram glicemia e glicogênio muscular e hepático semelhante aos animais tratados com veiculo, com exceção dos ratos jovens tratados por 8 dias com 400 mg/kg de 2,5 - hexanodiona, que apresentaram menor glicemia, e dos ratos adultos tratados com 1,6-hexanodiol, que apresentaram maior conteúdo de glicogênio hepático que os demais grupos. Este último efeito deve estar relacionado â maior ingestão de comida apresentada por este grupo. Das enzimas estudadas, apenas a atividade da LDH de fígado de ratos jovens foi inibida (22%) pelo tratamento com a 2,5 - hexanodiona. Os animais adultos tratados cronicamente com 2,5 - hexanodiona apresentaram na tarefa de habituação ao campo aberto uma diminuição do número de respostas de orientação e de cruzamentos, mas habituaram-se â tarefa. Na tarefa de esquiva inibitória, o tratamento com o hexacarbono também nao interferiu na retenção da mesma. Entretanto, na tarefa de esquiva ativa de duas vias, observou-se um acentuado envolvimento locomotor (também verificado no compo aberto) prejudicando o número de respostas de esquiva e de cruzamentos interprovas nas sessões de treino e teste. Diferentemente do tratamento crônico, o tratamento agudo de ratos adultos com a droga prejudicou sensivelmente a retenção das tarefas de habituação ao campo aberto e esquiva inibitória, sem afetar a atividade locomotora. Os animais jovens tratados prolongadamente com a 2,5 - hexanodiona demonstraram prejuízo no comportamento de alternar espontâneo e na tarefa de esquiva inibitória, enquanto que o reflexo de geotactismo não foi alterado pela droga. Animais tratados aguda, mas não cronicamente, com a 2,5 - hexanodiona apresentaram antinocicepção dependente da dose e do intervalo de tempo após sua administração. Este efeito foi bloqueado parcialmente pela administração concomitante de atropina. A atividade da AChE de cérebro foi inibida "in vitro" pela 2,5-hexanodiona. As alterações nos parâmetros cinéticos (aumento do Km aparente e diminuição na Vmax) em adição às características da representação gráfica de Dixon e à formação de um complexo enzima-susbstrato-inibidor não catalítico, sugerem que a inibição induzida pela 2,5-hexanodiona seja do tipo mista linear. A atividade da acetilcolinesterase de cérebro de ratos adultos tratados agudamente e de ratos adultos e jovens tratados cronicamente com a 2,5-hexanodiona não mostrou-se alterada. Apenas a atividade da acetilcolinesterase de soro de ratos jovens apresentou-se ligeiramente aumentada pelo tratamento crônico com a 2,5 - hexanodiona. | pt_BR |