Sociogênese e institucionalização de milícias de africanos e afrodescendentes livres e libertos na América portuguesa : Bahia e Rio de Janeiro (1638-1766)
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Data
2019Autor
Barbosa, Francielly Giachini, 1986-
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Resumo: Este trabalho versa sobre o processo de sociogênese e institucionalização de tropas de africanos e afrodescendentes livres e libertos nas capitanias da Bahia e do Rio de Janeiro, ao longo dos séculos XVII e XVIII. Compreendemos a gênese social desta corporação a partir da premissa eliasiana de que uma instituição surge a partir da interdependência de inúmeros elementos. No caso das milícias foram estes os elementos em voga: a sociedade escravista; a formação de um grupo social de africanos e afrodescendentes livres e libertos a partir do tráfico e da alforria; as necessidades de defesa militar e a ação destes indivíduos para se inserirem nesta instituição. A tese também destaca a forma como os milicianos agiram para que esta instituição se tornasse cada vez mais complexa. No entanto, estas interações sociais não foram isentas de relações instáveis de poder. Muitos foram os conflitos existentes tanto no interior das corporações quanto em sua relação com outros grupos da sociedade. Destacamos que a milícia representou uma possibilidade, e não uma via única, de redução de marginalidade e de mobilidade social para a parcela que conseguiu nela se inserir. Enfim, na comparação que estabelecemos entre as duas capitanias analisadas, destacamos que, apesar dos descompassos temporais e das singularidades do desenvolvimento social de cada figuração, a sociogênese e a institucionalização destas tropas mostrou-se uma recorrência e uma regularidade estrutural em ambas as figurações e em outros espaços do mundo atlântico. Palavras-chave: Milícias. Africanos. Afrodescendentes. Livres. Libertos. Sociogênese. Institucionalização. Mobilidade Social. Abstract: This thesis analyses the sociogenesis and institutionalization process of free africans and afrodescendants troops in the Bahia and Rio de Janeiro captaincies over the XVIIth and XVIIIth centuries. The social genesis of these corporations is understood by way of the Eliasian premise that one institution rises from the interweaving of many factors. In the militias case these elements were: slave society; the formation of a free africans and afrodescendants group by way of the traffic and manumission; military defense needs and individual actions to join the militia. The thesis also highlights the militiamen actions in order to make this institution more complex. However, these social interactions were not exempt from unstable relations of power. The conflicts were many, both within corporations and in their relationship with other groups. We highlight that the militia represented a possibility, and not a single route, of reduction of marginality and of social mobility for those who were able to join it. Finally, in the comparison that we stablish between the two captaincies, we emphasize that, despite the temporal mismatches and singularities of the social development of each figuration, the troops' sociogenesis and institutionalization was a recurrence and a structural regularity, in both figurations and in other spaces of the Atlantic world. Key-words: Militias. Africans. Afrodescendants. Free. Freed. Sociogenesis. Institutionalization. Social Mobility.
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- Teses [153]