Alta responsável : tecnologia educacional para pacientes e cuidadores
Resumo
Resumo: Alta hospitalar responsável é definida como a transferência do cuidado realizado por profissionais da área da saúde, no período de hospitalização, para o próprio paciente e seus familiares/cuidadores. As orientações de alta hospitalar são especialmente importantes no processo do transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) pelo fato de que o completo reestabelecimento das funções de medula óssea ocorre, em média, 100 dias após o transplante, - período em que o paciente se encontra em tratamento ambulatorial -. A adesão do paciente aos cuidados, após a alta hospitalar, miniminiza complicações e as chances de reinternamento. Objetivo: produzir vídeos digitais disponíveis on-line com as orientações dos cuidados pós-alta de pacientes submetidos a TCTH. Método: pesquisa aplicada de produção tecnológica desenvolvida em um hospital de ensino. A produção dos vídeos se deu em três fases. Na primeira, denominada préprodução, elaborou-se o roteiro dos vídeos a partir das orientações contidas no manual de alta hospitalar utilizado no local de pesquisa. Esse conteúdo foi atualizado mediante consulta à literatura científica, as orientações dos centros nacionais e internacionais de TCTH disponíveis na internet e aos profissionais da equipe multidisciplinar que atuam no campo da pesquisa. Na segunda fase, produção, o roteiro foi validado pelos profissionais que assistem os pacientes transplantados. As narrações foram captadas e editadas por um técnico de áudio. Em seguida, elaboraram-se os storyboards e selecionaram-se as imagens para a criação dos vídeos, os quais foram editados no aplicativo on-line ANIMAKER. Na terceira etapa, pós-produção, os vídeos foram validados por um grupo de juízes, constituído por profissionais com expertise em TCTH, atuantes no campo da pesquisa. Após aprovação dos juízes, os vídeos foram inseridos em um canal do Youtube. Resultados: Produziram-se 15 vídeos, com duração média de 3 minutos e 47 segundos. Os temas abordados foram: Adaptação ao período pós-alta hospitalar; lavagem de mãos; prevenção de infecções e sangramentos; cuidados com o corpo, com os dentes e a boca e cateter de Hickman; Vida sexual após o transplante; Limpeza dos ambientes e roupas; Doença do enxerto contra o hospedeiro; Visitas; Vacinas e medicamentos. Conclusão: Foi possível produzir a tecnologia proposta por meio da produção de quinze vídeos, os quais abordam cuidados essenciais para preparar pacientes submetidos ao TCTH e seus familiares para a alta hospitalar. Segundo a avaliação dos juízes, a tecnologia desenvolvida é apropriada para viabilizar a prática da alta responsável, conforme preconiza o Ministério da Saúde. O fato de um enfermeiro ser o responsável por todas as fases de elaboração desta tecnologia educacional reduziu custos e o tempo de produção. Pode ser viável tanto para instituições carentes de recursos financeiros quanto para situações emergenciais como, por exemplo, surtos de doenças transmissíveis. A tecnologia pode auxiliar os pacientes e seus cuidadores a assumirem os cuidados pós-alta hospitalar após o TCTH, sendo acessível também para deficientes visuais, já que todo o conteúdo é narrado e, para deficientes auditivos, pela visualização de legendas no Youtube. Abstract: Responsible hospital discharge is defined as the transfer of the care provided by health professionals during the hospitalization period to the patient and his relatives / caregivers. Hospital discharge guidelines are especially important in the process of hematopoietic stem cell transplantation (HSCT), because the complete reestablishment of bone marrow functions is a long process that occurs, on average, 100 days after transplantation, when the patient is on outpatient treatment. Adherence to care after hospital discharge minimizes complications and the chances of rehospitalization. Objective: To produce digital videos available online, with postdischarge care guidelines for patients undergoing HSCT. Method: This is an applied research of technological production, developed in a teaching hospital. The production of the videos took place in three phases. In the first, called pre-production, the script of the videos was elaborated based on the guidelines contained in the hospital discharge manual used at the research site. This content was updated by consulting: the scientific literature, the guidelines of the national and international TCTH centers available on the Internet, and the professionals of the multidisciplinary team working in the field of research. In the second phase of production, the script was validated by the professionals who assist the transplanted patients. The narrations were recorded and edited by an audio technician. After that, the storyboards were elaborated and the images for the creation of the videos were selected, which were edited in the online application ANIMAKER. In the third stage, post-production, the videos were validated by a group of judges, made up of professionals with expertise in TCTH, acting in the field of research. After THE approval of the judges, the videos were inserted into a Youtube channel. Results: 15 videos were produced, with an average duration of 3 minutes and 47 seconds. The topics covered were: Adaptation to the hospital post-discharge period; hand washing; prevention of infections and bleeding; body care, teeth and mouth and Hickman's catheter; Sex life after transplantation; Cleaning of environments and clothing; Graft versus host disease; Visits; Vaccines and medications. According to the evaluation of the judges, the videos are adequate to assist the nurses in the preparation of the patients for discharge and can facilitate the understanding of the information by patients and caregivers. Conclusion: It was possible to produce the proposed technology through the production of fifteen videos, which address essential care to prepare patients undergoing HSCT and their relatives for discharge. According to the evaluation of the judges, the technology developed is appropriate to enable the practice of responsible discharge, as recommended by the Ministry of Health. The fact that a nurse is responsible for all the phases of elaboration of this educational technology, has reduced costs and production time. It may be feasible for both intuitions lacking financial resources and for emergency situations, such as outbreaks of communicable diseases. Implications: The technology can help patients and their caregivers take hospital post-discharge care after HSCT and is also accessible to the visually impaired, as all content is narrated and for the hearing impaired, through YouTube subtitles.
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