Avaliação do potencial de utilização de espécies de Eucalyptus e Pinus tropicais para laminação e produção de painéis compensados
Resumo
Resumo: Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o potencial de utilização das seguintes espécies de Eucalipto e Pinus tropicais para produção de lâminas e painéis compensados: E.grandis, E.dunnii, E.saligna, E.globulus, E.viminalis, E.robusta, E.phaeotricha, E.deanei, E.pellita, P.oocarpa, P.caribaea, P.maximinoi, P.tecunumannii e P.chiapensis. As espécies foram coletadas em plantios florestais localizados nas regiões de Ibaiti-PR, Piên-PR, Rio Negrinho-SC e Corupá-SC. Foram laminadas seis toras de 0,60m de cada espécie de Pinus, Eucalyptus grandis e Eucalyptus saligna provenientes da amostragem de três árvores por espécie; e três toras de cada espécie de Eucaliptus (com exceção do Eucalyptus globulus que foram 4 toras) provenientes da amostragem de três árvores por espécie, perfazendo um total de 70 toras laminadas. Após a laminação, o tapete de lâminas foi guilhotinado nas dimensões 0,60x0,60 m e as lâminas foram classificadas em primeira, segunda e terceira classe; e a superfície em lisa, felpuda e revesa. Com os dados da circunferência da tora foi obtido o rendimento total da laminação e rendimento por classe de qualidade. Finalizada a laminação as lâminas foram secas e posteriormente foram produzidos os painéis compensados nas dimensões 500x500x10 mm. Foram utilizados dois tipos de resina, a uréia-formaldeído (UF) e a fenol-formaldeído (FF). A formulação da batida de cola para a resina UF foi resina (100 partes por peso), trigo (25 partes por peso), água (20 partes por peso) e catalisador (7 partes por peso); já a formulação para a resina FF foi resina (100 partes por peso), trigo (15 partes por peso) e água (15 partes por peso). A gramatura utilizada foi de 360 g/m² (linha dupla). Após a manufatura dos painéis, os mesmos foram esquadrejados e conduzidos à câmara de climatização com condições ambientais controladas (20±2°C e 65±5% UR), até atingirem umidade de equilíbrio. A qualidade de colagem dos painéis compensados foi avaliada através dos ensaios de resistência da linha de cola aos esforços de cisalhamento e por meio do ensaio de Flexão Estática (MOE e MOR), ambos os ensaios preconizados pela norma européia. Todas as espécies estudadas neste trabalho apresentaram rendimento em laminação igual ou superior ao apresentado pela literatura. Com exceção de E.grandis, E.phaeotricha e E.pellita, todas as demais espécies apresentaram rendimento total em laminação superior a 50%, demonstrando serem viáveis para a produção de lâminas. Com exceção de P. caribaea hondurensis, P. maximinoi e E. dunnii, todas as demais espécies demonstraram serem viáveis para a produção de painéis compensados. Os resultados deste trabalho podem contribuir para aumento na disponibilidade e diversidade de matéria-prima para laminação e produção de painéis compensados.