Agentes não-ricardianos, dívida pública e acumulação de capital
Resumo
Resumo: RESUMO O objetivo deste trabalho é investigar qual o comportamento ótimo das políticas fiscal e monetária em um ambiente com a presença de agentes não-Ricardianos, com acumulação endógena de capital e que considera a dinâmica da dívida pública. Para tanto, o estudo desenvolvido aqui parte dos trabalhos propostos por Blanchard (1985), Leeper (1991) e Leith e Thadden (2008). O modelo desenvolvido neste trabalho apresenta duas inovações com relação aos trabalhos de Blanchard (1985) e Leith e Thadden (2008). A primeira desta inovação diz respeito à autoridade fiscal e seus instrumentos de estabilização macroeconômica. Considerou-se que os gastos públicos são endógenos e, assim, as mudanças no nível de steady-state da dívida pública resultam de variações dos impostos e dos gastos públicos. A partir disso, a dinâmica da dívida tem impacto sobre a dinâmica do consumo agregado e, portanto, não é possível separar as decisões das autoridades fiscal e monetária. A segunda inovação, por sua vez, está relaciona à oferta de trabalho. Considera-se que esta é endógena e, desta forma, ao relaxar o pressuposto da oferta de trabalho exógena é possível que aumentos na taxa de inflação e na taxa de juros real, considerando uma política monetária ativa, possam ser garantidos por um aumento na oferta de trabalho. Para modelar as inovações propostas neste trabalho é elaborado um modelo dinâmico com quatro variáveis, a saber, o consumo privado, o capital físico, a dívida pública e a taxa de inflação. Os principais resultados encontrados indicaram que a existência de um equilíbrio estável, quando a oferta de trabalho é exógena, está associada a uma política monetária ativa e uma política fiscal passiva. Este resultado está associado a dois fatores: (i) o efeito da dinâmica da dívida pública sobre a dinâmica do consumo agregado; e (ii) o efeito da dinâmica do gasto público sobre a dinâmica de acumulação do capital. Este segundo resultado não foi encontrado por Blanchard (1985) e Leith e Thadden (2008), uma vez que eles não consideram os gastos públicos de forma endógena. Assim, o princípio de Taylor não é válido quando a inserção da dinâmica da dívida pública não permite visualizar qual será o equilíbrio - em decorrência da alteração do steady-state da economia. Quando se relaxou o pressuposto com relação à oferta de trabalho, isto é, considerando-a endógena, observou-se que as políticas fiscal e monetária devem ser ativas se o gasto público for o único instrumento para conduzir a política fiscal. Neste caso não há equilíbrio e cada autoridade negligencia a restrição orçamentária e tenta determinar o nível de preços. Assim, não é possível um processo de expansão monetária que garanta que o público vai manter títulos da dívida pública e, portanto, a trajetória da dívida apresentará comportamento explosivo com o passar do tempo. Nos demais casos a política fiscal deve ser passiva e a política monetária ativa. Por conseguinte, no longo prazo o modelo proposto contempla um equilíbrio caracterizado por sustentabilidade fiscal e política monetária à lá metas de inflação com coordenação de política econômica. Palavras-chave: Agentes Não-Ricardianos. Dívida Pública. Acumulação de Capital. Política fiscal. Política Monetária.
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