Gerenciamento de riscos em hospital
Abstract
Resumo: A segurança do paciente constitui um desafio na área da saúde. Estudos internacionais apontam um cenário de erros e eventos adversos que, com frequência, põem fim às expectativas de cura de um paciente. Há mais de uma década as organizações envidam esforços a fim de aprimorar a qualidade da assistência. Muitas são as estratégias e iniciativas mundialmente propostas. Cada instituição possui uma realidade singular, e, somente mediante conhecimento do seu nível de segurança tornam-se possíveis mudanças concretas que modifiquem o contexto de inseguranças. É imprescindível que haja um método estruturado, de tal forma que possibilite um diagnóstico das incertezas da realidade e respectivos planos de ação. Para que a segurança na assistência seja, de fato, vivenciada é necessário que haja uma cultura de segurança consolidada. Este estudo teve por objetivos: descrever e analisar o Programa de Segurança do Paciente no Hospital de Clínicas da Universidade Federal Paraná (HC/UFPR); desenvolver um processo de consultoria interna em uma unidade assistencial, com foco na segurança do paciente; assim como analisar a sua efetividade na prática do gerenciamento de riscos pelos sujeitos. Desenvolveu-se em duas etapas metodológicas. A primeira constituiu-se de uma pesquisa documental junto à Assessoria de Gestão da Qualidade, e a segunda se referiu a uma pesquisa participante, com abordagem qualitativa, em que foi realizada uma consultoria interna junto ao Serviço de Clínica Médica Masculina (CMM), com oito profissionais da Unidade de Clínicas Médicas (UNICLIN), pertencentes a diferentes categorias profissionais. O processo de consultoria interna foi baseado no Modelo de Consultoria Interna para Gestão da Qualidade (MCIGQ) de Seiffert (2011), com acréscimo de duas etapas propostas por Oliveira (2010), referentes ao acompanhamento de resultados, avaliação e conclusão. O método do gerenciamento de riscos adotado na instituição foi analisado sob a ótica da legislação brasileira sobre segurança do paciente. Revela-se como um processo dinâmico, progressivo, com tendências à inovação e acompanhamento do conhecimento na área em nível nacional e internacional. A consultoria interna constituiu-se de um processo participativo, com o uso da problematização como opção pedagógica, com estratégias que possibilitaram a construção coletiva do conhecimento, incentivando os participantes a enxergarem a realidade sob novas perspectivas, a fim de que se percebessem capazes de transformá-la. Das 15 ações propostas para transformar a realidade da segurança na CMM, nove foram realizadas, quatro sofreram mudanças nas propostas iniciais, mediante redirecionamento, e duas não foram implantadas. O processo de consultoria realizado revelou-se passível de aplicação em demais instituições/serviços/unidades com fragilidade no gerenciamento de riscos, como uma estratégia de educação permanente.
Collections
- Dissertações [385]