Avaliação das condições de conforto térmico em ambientes de ensino e de trabalho em Curitiba e região metropolitana

Abstract

Resumo: O conforto térmico além de estar relacionado com o equilíbrio térmico do corpo hu mano desempenha um papel fundamental no bem-estar das pessoas. Ele está vinculado a fato res microclimáticos, fisiológicos, psicológicos e a aclimatação. As pesquisas sobre conforto térmico no Brasil aumentaram, no entanto, estes estudos se concentraram para regiões de clima quente. O clima Cfb caracterizado por ser temperado com verão ameno está entre as regiões com menos publicações nacionais. Este estudo se propõe a investigar as condições de aceitabi lidade térmica, preferência térmica e conforto em ambientes de ensino e ambientes de trabalho tipo open office no contexto do clima temperado com verão ameno (Cfb), na Cidade de Curi tiba/PR. A metodologia adotada envolveu medições ambientais internas (temperatura do ar, umidade relativa, velocidade do ar e temperatura radiante média) e externas (temperatura e umidade do ar), associadas à coleta de variáveis pessoais (como idade, gênero, IMC, isolamento térmico das roupas e percepção subjetiva), por meio de questionários eletrônicos. Questionários eletrônicos aplicados durante os experimentos permitiram o registro da sensação térmica, con forto, aceitabilidade e preferência dos participantes. Os achados mostraram que há predomi nância de respostas de conforto térmico e sensação neutra na faixa de temperatura operativa entre 22,60°C e 24,16°C, considerada ideal para o clima Cfb. A distribuição dos votos de PMV mostrou alinhamento com os valores estimados pelo modelo de Fanger, mas também revelou casos de sensação de desconforto em faixas de PMV próximas da neutralidade, evidenciando a influência de variáveis pessoais na percepção dos participantes. A análise de aceitabilidade tér mica demonstrou que, mesmo em condições "aceitáveis", há variação nas respostas de conforto, reforçando que o PMV não capta integralmente a percepção subjetiva dos ocupantes. A influên cia de variáveis antropométricas e comportamentais foi significativa: mulheres, indivíduos com IMC mais elevado e pessoas com prática física regular apresentaram maior sensibilidade ao frio. A variação do Clo (isolamento térmico das roupas) mostrou padrões sazonais e comporta mentais, com adaptações espontâneas por parte dos usuários durante os experimentos. A análise por gênero, idade e IMC evidenciou que grupos diferentes apresentam expectativas e percep ções distintas quanto ao ambiente térmico

Abstract: Thermal comfort is related to the thermal balance of the human body and plays a fun damental role in people’s well-being. It is influenced by microclimatic, physiological, psycho logical factors, as well as acclimatization. In recent years, research on thermal comfort in Brazil has increased; however, these studies have predominantly focused on hot climate regions. The Cfb climate, characterized as temperate with mild summers, is among the least studied regions in the national literature. This study aims to investigate the conditions of thermal acceptability, thermal preference, and comfort in educational environments and open-plan workspaces within the context of the temperate climate with mild summers (Cfb), in the city of Curitiba/PR. The adopted methodology involved internal environmental measurements (air temperature, relative humidity, air velocity, and mean radiant temperature) and external measurements (air temper ature and humidity), associated with the collection of personal variables (such as age, gender, BMI, clothing thermal insulation, and subjective perception) through electronic questionnaires. The questionnaires, applied during the experiments, enabled the recording of thermal sensation, comfort, acceptability, and preference of the participants. The findings showed a predominance of thermal comfort and neutral sensation responses within the operative temperature range of 22.60 °C to 24.16 °C, considered ideal for the Cfb climate. The distribution of PMV votes aligned with the values estimated by Fanger’s model but also revealed cases of discomfort sen sations within PMV ranges close to neutrality, highlighting the influence of personal variables on participants’ perception. The thermal acceptability analysis demonstrated that, even under "acceptable" conditions, there was variation in comfort responses, reinforcing that PMV does not fully capture the occupants’ subjective perception. The influence of anthropometric and behavioral variables was significant: women, individuals with higher BMI, and those who reg ularly engage in physical activity showed greater sensitivity to cold. The variation in Clo (cloth ing thermal insulation) revealed seasonal and behavioral patterns, with spontaneous adjust ments by users during the experiments. The analysis by gender, age, and BMI evidenced that different groups have distinct expectations and perceptions regarding the thermal environmen