Variação espacial de comunidades de biofouling em estuários com e sem atividade portuária
Resumo
Resumo: O aumento das atividades antrópicas em regiões costeiras tem levado à expansão de superfícies artificiais que atuam como substratos para organismos marinhos, facilitando a introdução de espécies exóticas. Esse fenômeno contribui para a homogeneização biótica, que descreve a diminuição da variação espacial na composição das espécies entre as comunidades locais ao longo de um gradiente geográfico. Este estudo tem como objetivo avaliar a variação espacial na composição das comunidades incrustantes em quatro estuários brasileiros das regiões Sudeste e Sul, comparando áreas afetadas e não afetadas por estruturas portuárias durante o verão e o inverno, com base nos padrões de diversidade beta. As amostragens foram realizadas utilizando placas de polietileno submersas em cada estuário por um período de 3 meses, em 2017 e 2018, cobrindo ambas as estações do ano. A análise revelou a presença de 19 espécies exóticas, 16 criptogênicas e 6 nativas, formando comunidades distintas em cada baía, com influência das variações sazonais. A maioria das espécies que mais contribuíram para a formação das comunidades possui formas de vida colonial e a variação espacial na composição dos organismos parece ser contexto-dependente. A diversidade de impactos observada em todos os estuários estudados, assim como a alta capacidade de dispersão das espécies, indicam que não há evidências suficientes para concluir que estuários com atividade portuária apresentem menor variação espacial nas comunidades. A região de Paranaguá, fortemente impactada por estruturas portuárias, apresentou curvas de dissimilaridade acentuadas, refutando parcialmente nossa hipótese inicial. Também demonstramos que há variação composicional entre as estações, mas que esta não influencia os padrões de variação espacial Abstract: The increase in anthropogenic activities in coastal regions has led to the expansion of artificial surfaces that serve as substrates for marine organisms, facilitating the introduction of exotic species. This phenomenon contributes to biotic homogenization, which describes the reduction of spatial variation in species composition among local communities along a geographic gradient. This study aims to assess the spatial variation in the composition of fouling communities in four Brazilian estuaries in the Southeast and South regions, comparing areas affected and unaffected by port structures during both summer and winter, based on beta diversity patterns. Sampling was carried out using submerged polyethylene plates in each estuary for a period of 3 months, in 2017 and 2018, covering both seasons of the year. The analysis revealed the presence of 13 exotic species, 15 cryptogenic species, and 9 native species, forming distinct communities in each bay, influenced by seasonal variations. Most of the species that contributed most to community formation have colonial life forms, and the spatial variation in the composition of organisms appears to be context-dependent. The diversity of impacts observed in all the estuaries studied, as well as the high dispersal capacity of the species, suggests that there is insufficient evidence to conclude that estuaries with port activity exhibit lower spatial variation in their communities. The Paranaguá region, heavily impacted by port structures, showed pronounced dissimilarity curves, partially refuting our initial hypothesis. We also demonstrated that there is compositional variation between seasons, but this does not influence the patterns of spatial variation
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