A escrita antropológica feminista de Guita Grin Debert : mulheres e envelhecimento

Abstract

Resumo: Esta dissertação investiga a escrita antropológica feminista da antropóloga brasileira Guita Grin Debert, com ênfase em sua produção intelectual sobre mulheres e envelhecimento. Com base na metodologia da História Oral (PORTELLI, 1996; MEIHY; HOLANDA, 2015), a pesquisa se apoia em uma entrevista inédita com a autora e na análise de fontes documentais, entrevistas anteriores, publicações acadêmicas e referenciais teóricos contemporâneos. A análise mobiliza o conceito de subjetividade como construção situada e relacional (FOUCAULT, 1992; BRAIDOTTI, 2002; HARAWAY, 1995), articulando-o ao debate sobre escrita de si e memória (ARFUCH, 2010; DOSSE, 2009).Com base na obra de Debert — especialmente A reinvenção da velhice (1999) —, o trabalho analisa como sua trajetória acadêmica se insere no campo da antropologia feminista brasileira (STRATHERN, 2009; SCHIEBINGER, 2001) e como sua escrita etnográfica articula ciência, gênero e envelhecimento. Além disso, estabelece um diálogo entre Debert e outras autoras pioneiras no estudo do envelhecimento, como Ecléa Bosi e Elza Berquó, ressaltando o caráter inovador e político de sua contribuição. Ao examinar a escrita de Guita sob a perspectiva da etnografia crítica e do pensamento feminista, a dissertação contribui para os debates sobre a produção de conhecimento situada, engajada e intersubjetiva nas ciências humanas

Abstract: This dissertation investigates the feminist anthropological writing of Brazilian anthropologist Guita Grin Debert, with an emphasis on her intellectual production concerning women and aging. Based on the methodology of Oral History (PORTELLI, 1996; MEIHY; HOLANDA, 2015), the research draws on an original interview with the author, as well as the analysis of documents, previous interviews, academic publications, and contemporary theoretical references. The analysis engages with the concept of subjectivity as a situated and relational construction (FOUCAULT, 1992; BRAIDOTTI, 2002; HARAWAY, 1995), connecting it to debates on self-writing and memory (ARFUCH, 2010; DOSSE, 2009).Drawing primarily from Debert’s work — especially The Reinvention of Old Age (1999) — the dissertation examines how her academic trajectory fits within the field of Brazilian feminist anthropology (STRATHERN, 2009; SCHIEBINGER, 2001), and how her ethnographic writing articulates science, gender, and aging. Furthermore, it establishes a dialogue between Debert and other pioneering authors in aging studies, such as Ecléa Bosi and Elza Berquó, highlighting the innovative and political nature of her contribution. By analyzing Debert’s writing through the lens of critical ethnography and feminist thought, this dissertation contributes to ongoing debates on situated, engaged, and intersubjective knowledge production in the humanities