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dc.contributor.advisorLima, Edilene Coffaci de, 1967-pt_BR
dc.contributor.otherUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologiapt_BR
dc.creatorBolzan, Aila Villelapt_BR
dc.date.accessioned2025-10-07T14:11:47Z
dc.date.available2025-10-07T14:11:47Z
dc.date.issued2025pt_BR
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/1884/98720
dc.descriptionOrientadora: Profa. Dra. Edilene Coffaci de Limapt_BR
dc.descriptionTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia e Arqueologia. Defesa : Curitiba, 01/07/2025pt_BR
dc.descriptionInclui referênciaspt_BR
dc.description.abstractResumo: Esta tese aborda, por meio de uma etnografia implicada junto ao povo Kinikinau (Koinukunôen), de filiação linguística Aruak, os sentidos e modos de pertencer à terra vividos por esse coletivo indígena no Estado de Mato Grosso do Sul. O objetivo é compreender como a terra, para os Kinikinau, não se restringe à concepção jurídico-administrativa, mas é vivida como relação, cosmologia e condição de continuidade das formas próprias de vida. Mais do que reivindicar um espaço fixado em mapas, como buscam há décadas, trata-se de se fazerem sustentando redes de parentesco, educação escolar específica, cerâmica, dança, língua, memória, aliança política e retomadas. A pesquisa é conduzida por uma etnografia comprometida com a diferença, orientada por um engajamento ético com os modos indígenas de viver e pensar mundos. Valoriza-se a escuta, a presença e implicação da pesquisadora em campo e a reflexividade no processo de produção do conhecimento, além do compromisso em acompanhar a sua insistência em permanecer na terra. A tese se justifica por outra compreensão dos ciclos repetidos de desterro e dispersão enfrentados pelos Kinikinau, inclusive durante o período de pesquisa, como efeitos da ocupação não indígena de suas terras ancestrais, intensificada pela conivência e omissão do antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e da atual Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Como estratégia de reorganização frente à territorialização e reterritorialização, os casamentos e as misturas interétnicas asseguraram, no passado e no presente, formas de permanência e proteção aos povos indígenas do sul do Pantanal, resultando no que foi conceituado pela literatura antropológica como "terenização". Foi a aldeia São João, situada em terras Kadiwéu, que se tornou um lugar estratégico de abrigo e concentração, após a expulsão das antigas moradias Kinikinau, das famílias discretamente autoidentificadas como tal, ainda que lhes tenha sido negado esse reconhecimento quando lhes diziam ser Terena. A etnografia proposta nessa tese percorre, ao longo de cinco capítulos, a convivência em campo na retomada Mãe Terra, Vila São Miguel e Kai’koê com famílias das parentelas dos Roberto, Anastácio, Pereira, Rosa e Moreira; as memórias de deslocamentos forçados; a mobilização daquilo que é vivido como retomada da "cultura"; a centralidade do parentesco e do fortalecimento coletivo; a escuta de expressões sensíveis como o gritar, que condensam dor, espiritualidade e política; e o acompanhamento das assembleias indígenas como espaços de elaboração de sujeitos coletivos, em articulação com os movimentosindígenas e os expedientes administrativos do Estado. Ao acompanhar tais experiências, a tese evidencia como os Kinikinau fazem da permanência uma política cotidiana e relacional, atravessada por afetos, circulação, memória e alianças, afirmando sua existência enquanto povo indígena diante de sucessivas tentativas de apagamento, até que suas crianças possam ir na frente, sendo finalmente plantadas como "donas" de sua própria terrapt_BR
dc.description.abstractAbstract: This thesis, through an ethnography involving the Kinikinau people (Koinukunôen), of Arawak linguistic affiliation, addresses the meanings and ways of belonging to the land experienced by this indigenous collective in the state of Mato Grosso do Sul. The goal is to understand how land, for the Kinikinau, is not restricted to the legal-administrative conception, but is experienced as a relationship, cosmology and condition for the continuity of their own ways of life. More than claiming a space fixed on maps, as they have sought for decades, it is about making themselves by sustaining networks of kinship, specific school education, ceramics, dance, language, memory, political alliance and recovery. The research is conducted by an ethnography committed to difference, guided by an ethical engagement with indigenous ways of living and thinking about worlds. The researcher's listening, presence and involvement in the field and reflexivity in the process of knowledge production are valued, in addition to the commitment to following their insistence on remaining on the land. The thesis is justified by another understanding of the repeated cycles of exile and dispersion faced by the Kinikinau, including during the research period, as effects of the non-indigenous occupation of their ancestral lands, intensified by the connivance and omission of the former Indian Protection Service (SPI) and the current National Foundation for Indigenous Peoples (Funai). As a strategy of reorganization in the face of territorialization and reterritorialization, interethnic marriages and mixing have ensured, in the past and present, forms of permanence and protection for the indigenous peoples of the southern Pantanal, resulting in what has been conceptualized in the anthropological literature as "terenização". It was the village of São João, located on Kadiwéu lands, that became a strategic place of shelter and concentration, after the expulsion from the former Kinikinau homes of families who discreetly self-identified as such, even though they were denied this recognition when they said they were Terena. The ethnography proposed in this thesis covers, over the course of five chapters, the coexistence in the field at retomada Mãe Terra, Vila São Miguel and Kai’koê with families from the Roberto, Anastácio, Pereira, Rosa and Moreira kinship groups; the memories of forced displacements; the mobilization of what is experienced as the resumption of "culture"; the centrality of kinship and collective strengthening; the listening of sensitive expressions such as screaming, which condense pain, spirituality and politics; and the monitoring of indigenous assemblies as spaces for the elaboration of collective subjects, in articulation with indigenous movements and the administrative expedients of the State. By following these experiences, the thesis shows how the Kinikinau make permanence a daily and relational policy, traversed by affections, circulation, memory and alliances, affirming their existence as an indigenous people in the face of successive attempts at erasure, until their children can go ahead, being finally planted as "owners" of their own landpt_BR
dc.format.extent1 recurso online : PDF.pt_BR
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.languagePortuguêspt_BR
dc.subjectÍndios Kinikinaupt_BR
dc.subjectIndígenas da América do Sul - Posse da terrapt_BR
dc.subjectEtnologiapt_BR
dc.subjectAntropologiapt_BR
dc.title"Ainda não plantamos nossas crianças" : desterros e modos de fazer a Terra Kinikinaupt_BR
dc.typeTese Digitalpt_BR


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