Desafios e estratégias de maternagem na migração venezuelana : um estudo com mulheres-mães migrantes em Curitiba e Região Metropolitana (2016-2024)
Resumo
Resumo: A presente pesquisa analisa os desafios enfrentados por mulheres-mães migrantes venezuelanas que residiam com suas famílias em Curitiba e na Região Metropolitana entre os anos de 2016 e 2024, investigando as estratégias mobilizadas por elas para lidar com os obstáculos decorrentes da migração. Por meio de entrevistas semiestruturadas, foram identificados desafios recorrentes, tais como barreiras linguísticas, dificuldades de inserção no mercado de trabalho, xenofobia e violência de gênero. Especificamente em relação aos filhos, as migrantes destacaram a ausência de uma rede de apoio, além de relatos que indicam a ocorrência de bullying e dificuldades de adaptação, gerando preocupações com o bem-estar emocional das crianças. As diferenças culturais, como a percepção de maior liberalidade em relação à sexualidade e ao uso de drogas, também se configuram como um ponto de tensão para essas mães. Diante desses desafios, as mulheres venezuelanas mobilizam diversas estratégias de maternagem, como uma maior atenção à saúde mental dos filhos, o uso de disciplina e orientação, além do empreendedorismo, que lhes proporciona flexibilidade para acompanhar mais de perto o desenvolvimento dos filhos. Adicionalmente, observou-se entre as entrevistadas a adoção da ideia de empoderamento, na vida em geral e, particularmente, na maternidade, com destaque para a participação de grande parte delas em um Grupo de Empoderamento feminino, que funciona como rede de apoio para o enfrentamento dos desafios do cotidiano Abstract: This study examines the challenges faced by Venezuelan migrant mothers residing with their families in Curitiba and the Metropolitan Region between 2016 and 2024, investigating the strategies they mobilized to cope with the obstacles arising from migration. Through semi- structured interviews, recurring challenges were identified, including language barriers, difficulties in entering the labor market, xenophobia, and gender-based violence. Specifically concerning their children, the migrants highlighted the absence of a support network, as well as reports indicating incidents of bullying and difficulties in social and academic adaptation, raising concerns about the children’s emotional well-being. Cultural differences, such as the perception of greater permissiveness regarding sexuality and drug use, also emerge as a source of tension for these mothers. In response to these challenges, Venezuelan women employ various mothering strategies, such as increased attention to their children’s mental health, the use of discipline and guidance, and entrepreneurship, which provides them with the flexibility to closely monitor their children’s development. Additionally, among the interviewees, the adoption of the concept of empowerment—both in their lives in general and, more specifically, in motherhood—was observed, with particular emphasis on the participation of many in a Women’s Empowerment Group, which serves as a support network for coping with everyday challenges
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