Prevalência de sífilis em parturientes no Estado do Paraná : variáveis epidemiológicas e conhecimento sobre a doença

Abstract

Resumo: Estima-se 36 milhões de pessoas com Sífilis no mundo, sendo 2 milhões de gestantes. Menos de um décimo delas diagnosticadas e pelo menos 1 milhão de transmissões verticais, com aproximadamente 300.000 mortes fetais e neonatais por ano. No Brasil foram notificados 713.167 casos de sífilis gestacional entre 2005 e 30 de junho de 2024, com taxa de 34 casos por 1.000 nascidos vivos em 2023. Este estudo transversal foi conduzido para estimar a prevalência de sífilis no Paraná entre 2021 e 2023, a partir de dados do estudo brasileiro PRISMA, (Prevalência de ISTs na Maternidade) liderado pelo Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre (Rio Grande do Sul, Brasil). Foram avaliadas 14 maternidades no estado do Paraná, Brasil. Como critérios de inclusão: parturientes com idade entre 16 e 49 anos, que optaram por responder ao questionário voluntariamente, assinando o TCLE e submetendo-se à coleta de sangue para a pesquisa de IST’s (Sífilis, HIV, Hepatites B e C e HTLV). Como critérios de exclusão: parturientes em atendimento pós-aborto espontâneo ou provocado e analfabetas. As variáveis de estudo incluíram características das parturientes, conhecimento sobre sífilis, conhecimento de práticas sexuais de risco, tabagismo e uso de drogas psicoativas. Entre as 1.364 parturientes triadas predominou a faixa etária de 21 a 30 anos (58,7%), com escolaridade de nível médio (60,2%), um ou dois partos (62,2%). Observou-se a maior parte delas cientes da transmissibilidade da sífilis para o recém-nascido (81,4%), do uso da camisinha como forma mais efetiva de evitar a transmissão (90,1%) e apenas 62,2% delas referiu ciência sobre a latência da doença. As 94 parturientes com teste para sífilis positivo (TS) foram comparadas àquelas com TS negativo. O perfil das pacientes com TS positivo foi semelhante ao perfil total de pacientes triadas. As parturientes com TS positivo tinham maior ciência da transmissibilidade e da latência da doença, bem como maior uso de tabaco, álcool e drogadição (p<0,001), sendo maconha a substância mais prevalente. A prevalência de sífilis gestacional foi de 6,9%, acima da média nacional de 3,4%, sendo esta diferença considerada relevante

Abstract: There are an estimative of 36 million people with syphilis worldwide, of which 2 million are pregnant women. Less than a tenth of them are diagnosed and at least 1 million cases of vertical transmission occur, with approximately 300,000 fetal and neonatal deaths per year. In Brazil, 713.167 cases of gestational syphilis were reported between 2005 and June 2024, with a rate of 34 cases per 1,000 live births in 2023. This cross sectional study was conducted to estimate the prevalence of syphilis in Paraná between 2021 and 2023, based on data from the Brazilian PRISMA study, led by Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre (Rio Grande do Sul, Brazil), which evaluated 14 maternity hospitals in the state of Paraná, Brazil. The inclusion criteria were parturient aged between 16 and 49 years, who chose to answer the questionnaire voluntarily by signing the informed consent form and submitting to blood collection for STI testing (syphilis, HIV, hepatitis B and C and HTLV). The exclusion criteria were parturient undergoing post-miscarriage or induced abortion care and illiterate women. The study variables included characteristics of the parturient, knowledge about syphilis, knowledge of risky sexual practices, smoking and use of psychoactive drugs. Among the 1,364 parturient (screened), the age group of 21 to 30 years predominated (58.7%), with secondary education (60.2%), one or two births (62.2%). Most of them were aware of the transmissibility of syphilis to newborns (81.4%), of the use of condoms as the most effective way to prevent transmission (90.1%), and only 62.2% of them reported being aware of the latency of the disease. The 94 parturient with positive testing were compared with those with negative results. The profile of patients with positive testing was similar to the profile of all screened patients. The awareness of the transmissibility and latency of the disease was higher among pregnant women with gestational syphilis, in addition to smoking, alcohol use and drug addiction (p < 0.001). With marijuana being the most prevalent substance. The prevalence of gestational syphilis was 6,9%, above the national average of 3,4%, this difference being considered relevant