Deficiência e acessibilidade atitudinal : um estudo a partir da perspectiva de integrantes de uma equipe de bocha
Resumo
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo explorar a acessibilidade atitudinal a partir da perspectiva de integrantes de uma equipe paranaense de bocha. Adotamos uma abordagem qualitativa, buscando entender como as atitudes de indivíduos e grupos podem influenciar a acessibilidade para pessoas com deficiência (PcD), especificamente no contexto esportivo. A pesquisa é fundamentada em uma análise das experiências vivenciadas pelos participantes em diferentes esferas, incluindo a vida em sociedade, a dimensão familiar e o âmbito esportivo. O trabalho contextualiza a acessibilidade atitudinal como um conceito central para a inclusão de pessoas com deficiência, ressaltando que as barreiras atitudinais podem ser tão limitantes quanto as barreiras físicas. Produzimos dados através de entrevistas semiestruturadas com dezesseis membros de uma equipe de bocha adaptada e realizamos uma análise temática indutiva dos dados coletados. Observamos que, embora haja avanços no reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência, ainda existem lacunas significativas na prática cotidiana. Em relação à acessibilidade atitudinal no âmbito social, destacaram-se as atitudes de estranhamento e preconceito em relação às PcD. O estranhamento inclui reações como curiosidade, medo e surpresa, refletindo falta de compreensão sobre a deficiência. Já o preconceito é mais consolidado, resultando em negligência, infantilização, discriminação e pressão por isolamento social. Sobre as especificidades do contexto familiar, foi revelado que a acessibilidade atitudinal dos atletas com deficiência está fortemente ligada ao acolhimento, suporte emocional e prático, fatores que influenciam diretamente sua participação, desempenho e permanência no esporte. O envolvimento familiar, especialmente de mães e cuidadores, foi identificado como fundamental para fornecer suporte material, como transporte e equipamentos, além de promover autoconfiança e resiliência. A respeito do contexto esportivo adjacente à equipe de alto rendimento de bocha, a investigação revelou que a acessibilidade atitudinal é influenciada por fatores como apoio familiar, coesão da equipe e estratégias pessoais para lidar com o nervosismo e a pressão por resultados, que afetam o desempenho e o controle motor dos atletas. Para lidar com esses desafios, os atletas desenvolveram estratégias variadas. Concluímos que a acessibilidade atitudinal é um componente indispensável para a inclusão social, exigindo um esforço contínuo para modificar percepções e comportamentos. A pesquisa contribui para o campo ao oferecer insights valiosos que podem orientar a formulação de estratégias educacionais e políticas que visem a superar as barreiras atitudinais. Abstract: This dissertation aims to explore attitudinal accessibility from the perspective of members of a boccia team from Paraná. We adopted a qualitative approach, seeking to understand how the attitudes of individuals and groups can influence accessibility for people with disabilities (PwD), specifically in the sports context. The research is grounded in an analysis of the experiences of the participants in different spheres, including life in society, family dynamics, and the sports environment. The study frames attitudinal accessibility as a central concept for the inclusion of people with disabilities, emphasizing that attitudinal barriers can be as limiting as physical barriers. Data were collected through semi-structured interviews with sixteen members of an adapted boccia team, followed by an inductive thematic analysis of the collected data. We observed that, although there have been advances in recognizing the rights of people with disabilities, there are still significant gaps in everyday practice. Regarding attitudinal accessibility in the social sphere, attitudes of estrangement and prejudice towards PwD were highlighted. Estrangement includes reactions such as curiosity, fear, and surprise, reflecting a lack of understanding of disability. Prejudice, on the other hand, is more entrenched, resulting in neglect, infantilization, discrimination, and pressure for social isolation. In terms of the specifics of the family context, it was revealed that the attitudinal accessibility of athletes with disabilities is strongly linked to emotional and practical support, factors that directly influence their participation, performance, and persistence in sports. Family involvement, especially from mothers and caregivers, was identified as crucial in providing material support, such as transportation and equipment, in addition to fostering self-confidence and resilience. Regarding the sports context of the high-performance boccia team, the investigation revealed that attitudinal accessibility is influenced by factors such as family support, team cohesion, and personal strategies to cope with nervousness and performance pressure, which affect athletes' performance and motor control. To manage these challenges, athletes developed various strategies. We conclude that attitudinal accessibility is an indispensable component for social inclusion, requiring continuous efforts to modify perceptions and behaviors. The research contributes to the field by offering valuable insights that can guide the formulation of educational strategies and policies aimed at overcoming attitudinal barriers.
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