Trajetórias assistenciais de pessoas vivendo com HIV no Sistema Único de Saúde
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Data
2023Autor
Ribeiro, Denis Fernandes da Silva
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Resumo: Este trabalho teve como objetivo principal caracterizar as trajetórias em busca por cuidados formais de saúde na percepção de pessoas vivendo com HIV (PVHIV) usuárias do Sistema Único de Saúde. Trata-se de estudo de métodos mistos, que combinou etapas de teor quanti-qualitativo e qualitativo, mediadas por websurvey e entrevistas individuais à distância. A amostra consistiu PVHIV brasileiras e que utilizavam redes sociais na internet em que o convite foi divulgado. Foram combinadas técnicas de amostragem probabilística e não probabilística (por conveniência, por voluntários e por bola de neve), conforme os critérios e seleção e etapas da pesquisa. Os dados foram analisados segundo sua natureza, por estatística descritiva bi e multivariada ou por análise categorial temática. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná sob o parecer nº 5.140.396/2021 e seguiu as diretrizes propostas pelos instrumentos COREQ e STROBE. O estudo contou com a participação de 405 PVHIV de 26 das 27 Unidades Federativas do Brasil. As trajetórias em busca por cuidados formais em saúde relacionadas ao HIV foram heterogêneas, mas em maioria se iniciaram com a testagem. O diagnóstico positivo para o HIV fez com que os participantes tivessem que buscar o sistema público de saúde como fonte de cuidados pela primeira vez e, por consequência, os fluxos a serem percorridos eram desconhecidos. O estigma relacionado ao HIV afetou negativamente as trajetórias assistenciais dos participantes, fazendo com que enfrentassem sorofobias inclusive nos serviços de saúde. Outras variáveis como a escolaridade, renda, região geográfica e integralidade das ações dos serviços de referência também condicionaram a obtenção de cuidados em saúde. Os serviços de referência mais frequentes foram os serviços especializados, havendo predileção por estes em detrimento da atenção básica. A pandemia pela COVID-19 exibiu desestruturações ao acesso, a oferta e a continuidade dos cuidados nos serviços de referência ao HIV para os participantes. Conclui-se que os caminhos em busca por cuidados em saúde são centrados no SUS e na atenção especializada. Barreiras estruturais já conhecidas para o acesso ao cuidado seguem afetando a experiência das PVHIV, diminuindo a percepção de qualidade e resolutividade destes serviços. Abstract: The main objective of this study was to characterize the trajectories in the search for formal health care in the perception of people living with HIV (PLHIV) users of the Unified Health System. This is a mixed-methods study, which combined quanti-qualitative and qualitative steps, mediated by websurvey and remote individual interviews. The sample consisted of Brazilian PLHIV who were using social networks on the internet where the invitation was disseminated. Probabilistic and non-probabilistic sampling techniques (convenience, volunteer, and snowball) were combined, according to the selection criteria and stages of the research. The data were analyzed according to their nature, by bivariate and multivariate descriptive statistics or thematic categorical analysis. The study was approved by the Research Ethics Committee of the Health Sciences Sector of the Federal University of Paraná under opinion number 5.140.396/2021 and followed the guidelines proposed by the COREQ and STROBE instruments. The study had the participation of 405 PLHIV from 26 of the 27 Federative Units of Brazil. The trajectories in seeking formal HIV-related health care were heterogeneous, but mostly began with testing. The positive diagnosis for HIV meant that the participants had to seek the public health system as a source of care for the first time and, consequently, the flows to be followed were unknown. HIV-related stigma negatively affected the participants' care trajectories, causing them to face serophobia even in health services. Other variables such as education, income, geographic region, and integrality of actions of referral services also conditioned obtaining health care. The most frequent referral services were specialized services, with a preference for these over primary care. The pandemic by COVID-19 showed destructions to the access, supply and continuity of care in HIV referral services for the participants. It is concluded that the pathways in search for health care are centered on SUS and specialized care. Already known structural barriers to access to care continue to affect the experience of PLHIV, diminishing the perception of quality and resoluteness of these services.
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