Biomassa de microalga Desmodesmus subspicatus no crescimento do mirtileiro ‘delite’ cultivado em vaso e em ambiente protegido

Abstract

Resumo: O mirtileiro é uma frutífera cujo cultivo tem crescido devido à sua alta rentabilidade, em pequenas áreas, rusticidade e às suas propriedades nutricionais e antioxidantes de interesse da indústria farmacêutica e alimentícia. O mirtileiro é uma planta de desenvolvimento lento o que acarreta maiores custos de produção de mudas. Uma alternativa para incrementar o crescimento das mudas sem o uso dos insumos tradicionais têm sido os produtos biológicos e dentre esses as microalgas se destacam devido suas propriedades biofertilizantes. Tendo isso em vista elaborou-se um experimento para avaliar o efeito da aplicação de biomassa da microalga Desmodesmus subspicatus, no crescimento das mudas de mirtileiro em respostas. O experimento foi conduzido, de março a junho de 2024, em estufa agrícola, pertencente ao Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade do Setor de Ciências Agrárias da UFPR. Para instalação do experimento realizou-se o plantio, em vasos, de mudas de mirtileiro da cultivar Delite, oriundas da micropropagação. O delineamento foi em blocos casualizados com 4 tratamentos, 4 repetições e 4 plantas por parcela. Em março iniciaram-se as aplicações foliares semanais da biomassa de microalgas, utilizando um mililitro por planta, nas concentrações: 0; 0,4; 0,8; 1,6 (g L-1) por dez semanas. No final desse período foram avaliadas as seguintes características biométricas: número de folhas, altura da planta, comprimento da brotação (basal e lateral), diâmetro do coleto e número total de brotações, bioquímicas (clorofila a, b e total; açúcares totais e redutores; proteínas; aminoácidos) e fisiológicas (taxa fotossíntese líquida, transpiração, concentração carbono interno, condutância estomática, carboxilação da rubisco, eficiência do uso água e água intrínseca). Os tratamentos não apresentaram diferenças significativas para a maioria das características, havendo efeito da biomassa de microalgas apenas sobre número de folhas, comprimento da brotação lateral, altura, teores de proteínas e açúcar total e transpiração, apresentando curvas de tendencia com elevado R². Para altura, a utilização da biomassa reduziu em incremento. Para proteínas e açúcar total, houve um aumento em seus teores tendo seus pontos máximo estimados 0,9 e 0,6 g L-1 respectivamente. Conclui-se que a aplicação de biomassa de D. subspicatus, por 10 semanas, de forma geral não tem efeito sobre o crescimento e desenvolvimento de mudas de mirtileiro ‘Delite’.

Abstract: Blueberry cultivation has grown due to its high profitability in small areas, hardiness, and nutritional and antioxidant properties of interest to the pharmaceutical and food industries. Blueberry plants have slow development, which leads to higher production costs for seedlings. An alternative to increase the growth of seedlings without the use of traditional inputs has been biological products, and among these, microalgae stand out due to their bioestimulant properties. With this in mind, an experiment was designed to evaluate the effect of applying biomass from the microalgae Desmodesmus subspicatus on the growth of blueberry seedlings in responses. The experiment was conducted from March to June 2024 in an agricultural greenhouse belonging to the Department of Plant Science and Phytosanitary of the Agricultural Sciences Sector of UFPR. To install the experiment, blueberry seedlings of the Delite cultivar, originating from micropropagation, were planted in pots. The design was randomized blocks with 4 treatments, 4 replicates and 4 plants per plot. In March, weekly foliar applications of microalgae biomass were started, using one milliliter per plant, at concentrations: 0; 0.4; 0.8; 1.6 (g L-1) for ten weeks. At the end of this period, the following biometric characteristics were evaluated: number of leaves, plant height, shoot length (basal and lateral), steam diameter and total number of shoots, biochemical (chlorophyll a, b and total; total and reducing sugars; proteins; amino acids) and physiological (net photosynthesis rate, transpiration, internal carbon concentration, stomatal conductance, rubisco carboxylation, water use efficiency and intrinsic water). The treatments did not show significant differences for most characteristics, with microalgae biomass having an effect only on the number of leaves, length of lateral shoots, height, protein and total sugar contents and transpiration, presenting trend curves with high R². For height, the use of biomass reduced incrementally. For proteins and total sugar, there was an increase in their contents, with their maximum estimated points being 0.9 and 0.6 g L-1 respectively. It is concluded that the application of D. subspicatus biomass, for 10 weeks, in general has no effect on the growth of ‘Delite’ blueberry seedlings