Frequência de imagens das diferentes cores de pele em livros de dermatologia pediátrica
Resumo
Resumo: Introdução: O termo skin of color abrange indivíduos de múltiplas raças e etnias com aumento da pigmentação da pele. A cor da pele é definida por fatores genéticos que determinam a quantidade de melanina na epiderme e para sua classificação é usada a classificação de Fitzpatrick, que define o fototipo cutâneo. Entretanto, fototipos e cores de pele nem sempre apresentam correlação linear. Já a escala de Massey–Martin, que é composta por 10 tonalidades, contém maior graduação de pele de cor escura. As dermatopatias são clinicamente diferentes na pele de cor escura e reconhecê-las pode ser um desafio. É necessário que o médico se familiarize com essas diferenças e para isto, a literatura deve ilustrar todas as tonalidades. Barve et al. analisaram livros americanos de dermatologia pediátrica e menos de 40% das imagens eram de pele de cor escura. Não há estudos semelhantes na América do Sul. Objetivo: Avaliar a frequência de fotografias de pessoas com pele de cor escura em livros textos e atlas de dermatologia pediátrica. Material e métodos: Estudo documental prospectivo de avaliação da cor da pele de imagens clínicas de dermatoses de 5 livros de dermatologia pediátrica. Todas as imagens foram avaliadas em sua versão impressa por três pesquisadores, e classificadas segundo a escala de cor de pele de Massey–Martin (branco 1-2; marrom claro 3-5; marrom escuro 6-8 e preto 9-10). Incluídas imagens em que era possível identificar a cor da pele e excluídas imagens de mucosas, cabelos e unhas; zoom excessivo; ilustrações e organogramas; histologia e dermatoscopia; em preto e branco; iluminação inadequada ou flash excessivo. Resultados: Avaliadas 3.471 imagens, após aplicados critérios de inclusão e exclusão, 1.000 foram excluídas, restando 2.471 imagens para determinação da cor da pele. Houve classificação de cor branca em 1.403 imagens (56%), marrom claro em 1.044 casos (42%) e marrom escuro em apenas 24 imagens (1%). Nenhuma imagem foi classificada como cor preta. Dentre os diagnósticos dermatológicos mais frequentemente estavam, a dermatite atópica, a dermatite de contato e a psoríase, porém em nenhuma havia representação de peles de cor marrom escuro e preto. Conclusão: As imagens de pele mais escuras foram representadas com menor frequência nos livros avaliados. Esse achado é semelhante ao observado em estudos de literatura americana. Essa disparidade prejudica a educação médica no reconhecimento de dermatopatias em pacientes de pele escura. Populações de pele de cor escura estão aumentando rapidamente no mundo, sendo necessário que os dermatologistas reconheçam as apresentações de doenças de pele nesses pacientes. Desta forma, urge documentar e publicar imagens de pele de cor escura nos conteúdos educacionais para a diminuir a disparidade na assistência à saúde para pessoas de pele escura Abstract: Introduction: Skin of color encompasses individuals of multiple races and ethnicities with increased skin pigmentation. The Fitzpatrick classification classifies skin color, defining the phototype. However, phototype and skin colors do not show a linear correlation, especially in dark-skinned individuals. The Massey–Martin scale, which is made up of 10 shades, contains a higher degree of dark skin color. Dermatopathies are clinically different in dark skin and identifying them can be a challenge. It is necessary that doctors know these differences and for this, the literature should illustrate all the shades. Barve et al analyzed American pediatric dermatology books and less than 40% of the images were of skin of color. There aren’t similar studies in South America. Objetive: this study aims to assess the frequency of skin of color images in pediatric dermatology books. Material and methods: Prospective evaluating of skin color in clinical images of dermatoses from 5 pediatric dermatology books. All images were evaluated in their printed version by three researchers and classified according to the Massey–Martin skin color scale (white 1-2; light brown 3-5; dark brown 6-8 and black 9-10). Including images in which it was possible to identify skin color and excluding images of mucous membranes; hair and nails; excessive zooming; illustrations; histology and dermoscopy; in black and white; inadequate lighting or excessive flash. Results: 3,471 images were evaluated, after applying inclusion and exclusion criteria, 1,000 were excluded, leaving 2,471 images for determining skin color. There was a prevalence of white color classification in 1,403 cases (57%), light brown in 1,044 cases (42%) and dark brown in only 24 cases (1%). There were no images classified as black. The diagnoses most frequently illustrated in the books were atopic dermatitis, contact dermatitis and psoriasis, but none of them showed dark brown and black skin. Conclusion: It is concluded that images of darker skin were represented less frequently in the books evaluated. This finding is similar to those observed in studies of American literature. This disparity hinders medical education in recognizing skin diseases in dark-skinned patients. Populations with dark skin are rapidly increasing worldwide, making it necessary for dermatologists to recognize the specific presence of skin diseases in these patients. Therefore, there is an urgent need to document and publish images of skin of color in educational content to reduce disparities in healthcare for people with dark skin
Collections
- Dissertações [142]