Detecção molecular de hemoplasmas e patógenos transmitidos por carrapatos em ouriço-pigmeu-africano (Atelerix albiventris) no Paraná, sul do Brasil

Abstract

Resumo: O mercado de pets não convencionais cresce cada vez mais, e com isso observa-se novos animais selvagens que começam a ser enquadrados nesse setor. Entre eles, há uma popularidade crescente pelo ouriço-pigmeu-africano Atelerix albiventris (MAMMALIA: ERINACEIDAE). Estes animais são originários do continente africano, sendo uma espécie exótica no Brasil. Por seu potencial invasor, assim como o atual conhecimento de seu papel como transmissor de doenças, é importante compreender como estes animais se comportam na cadeia epidemiológica de diversas doenças. O objetivo deste trabalho foi caracterizar um perfil hematológico, bioquímico e de microbitoa cutânea e fecal, assim como pesquisar agentes infecciosos por meio de técnicas moleculares. Amostras de sangue, fezes e swab de pele foram coletadas de vinte e cindo (25) ouriços apreendidos no estado do Paraná. Destas, vinte e duas (22) amostras de sangue foram selecionadas e submetidas a análises moleculares por ensaios de PCR convencional para Theileria/Babesia spp. (18S rRNA) e Ehrlichia/Anaplasma spp e PCR em tempo real (qPCR) para Mycoplasma spp. (16S rRNA). (16S rRNA). Uma parte do sangue coletado para avaliação hematológica apresentou coágulo e fibrina, dificultando a avaliação de alguns parâmetros. Os dados hematológicos e bioquímicos estão sumarizados nas Tabelas 1 e 2, consecutivamente. Os exames microbiológicos da pele mostraram crescimento de Staphylococcus spp. (25/25) e Streptococcus spp. (13/25). Nas fezes, o isolamento de Candida tropicalis (15/25), Mucor spp. (12/25) e Proteus vulgaris (10/25) foi proeminente. A avaliação molecular dos 22 ouriços resultou negativa para os genes pesquisados, indicando que estes animais não estavam infectados pelos patógenos estudados. Uma vez que são animais mantidos sob tratamento humano, é possível que não tenham tido contato prévio com o vetor destas doenças, ou até mesmo que tenham um protocolo sanitário terapêutica/preventivo realizado frequentemente. Buscar compreender a cadeia de transmissão e determinar protocolos para anteceder doenças nesses animais se faz necessário, uma vez que programas de vigilância são necessários para mitigar ações de saúde pública eficientes e evitar grandes danos ao ambiente e a saúde dos humanos e animais

Abstract: The market for unconventional pets is growing more and more, and as a result, new wild animals are beginning to be included in this sector. Among them, there is growing popularity for the African pygmy hedgehog Atelerix albiventris (MAMMALIA: ERINACEIDAE). These animals originate from the African continent, being an exotic species in Brazil. Due to their invasive potential, as well as the current knowledge of their role as disease transmitters, it is important to understand how these animals behave in the epidemiological chain of various diseases. The objective of this work was to characterize a hematological, biochemical and cutaneous and fecal microbiota profile, as well as research infectious agents using molecular techniques. Blood, fecal, and skin swab samples were collected from twenty-five (25) hedgehogs seized in the state of Paraná. Twenty-two (22) blood samples were selected and subjected to molecular analysis by conventional PCR assays for Theileria/Babesia spp. (18S rRNA) and Ehrlichia/Anaplasma spp and real-time PCR (qPCR) for Mycoplasma spp. (16S rRNA). (16S rRNA). Some of the blood collected for hematological evaluation showed clots and fibrin, making it difficult to evaluate some parameters. Hematological and biochemical data are summarized in Tables 1 and 2, consecutively. Microbiological examinations of the skin showed growth of Staphylococcus spp. (25/25) and Streptococcus spp. (25/13). In the feces, the isolation of Candida tropicalis (15/25), Mucor spp. (25/12) and Proteus vulgaris (25/10) were prominent. The molecular evaluation of the 22 hedgehogs was negative for the genes studied, indicating that these animals were not infected by the pathogens studied. Since they are animals kept under human treatment, it is possible that they have not had previous contact with the vector of these diseases, or even that they have a therapeutic/preventive health protocol frequently carried out. Seeking to understand the transmission chain and determine protocols to precede diseases in these animals is necessary, since surveillance programs are necessary to mitigate efficient public health actions and avoid major damage to the environment and the health of humans and animals