Multidimensional poverty among the elderly : evidence from brazilian longitudinal study of aging data (ELSI-Brazil)

Abstract

Resumo: O conceito de pobreza multidimensional supõe que a pobreza dependa não apenas da renda, mas que considere privações em outros aspectos. Para os idosos, mensurar a pobreza multidimensional é crucial já que este grupo está sujeito a desafios únicos, como os relacionados a saúde e inclusão social. Medidas de pobreza multidimensional, portanto, podem ajudar a capturar a extensão das privações dos indivíduos de forma mais completa. O objetivo desta dissertação, portanto, foi criar uma medida de pobreza multidimensional para os idosos brasileiros. Foram utilizados os dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). A pesquisa conta com um questionário com perguntas direcionadas a essa população, a partir das quais foi possível identificar quais são as dimensões que mais impactam a vida dos idosos, utilizando uma combinação das técnicas de Análise Fatorial e Análise de Cluster. Os fatores resultantes da Análise Fatorial foram: Saúde e Funcionalidade, Psicossocial, Padrão de vida e Sintomas Depressivos. Os escores fatoriais obtidos foram usados para agrupar os idosos entre multidimensionalmente pobres ou não. Por fim, uma regressão log-log complementar foi utilizada para analisar quais características podem afetar a probabilidade de um idoso ser pobre. De forma geral, os resultados indicam que os indivíduos classificados como pobres financeiramente e aqueles identificados como pobres multidimensionalmente não são apenas grupos distintos, mas também vivenciam a pobreza por meio de mecanismos fundamentalmente diferentes. Essa distinção é evidente no fato de que os indivíduos financeiramente pobres tendem a apresentar baixos escores nos fatores latentes que impactam significativamente aqueles em situação de pobreza multidimensional. Ademais, os resultados da regressão sugerem que a pobreza multidimensional parece ter um componente etário, em que a probabilidade de ser pobre cresce com a idade, enquanto o mesmo não pode ser afirmado para a pobreza monetária. Esses resultados reforçam a necessidade de que os idosos sejam tratados em abordagens mais amplas de pobreza que sejam capazes de revelar sua vulnerabilidade em múltiplas dimensões.

Abstract: The concept of multidimensional poverty supposes that poverty depends not only on income, but that it should consider deprivations in other aspects. For the elderly, measuring multidimensional poverty is crucial since this group is subject to unique challenges, such as ones related to health and social inclusion. Multidimensional poverty measures, therefore, can help capture the extension of individuals’ deprivations to a fuller extent. The goal of this dissertation was to create a multidimensional poverty for the Brazilian elderly. Data from the Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil) were used. The research contains a questionnaire with questions directed to this population, from which it was possible to identify the dimensions that impact the lives of the elderly the most, using a combination of Factor Analysis and Cluster Analysis techniques. The resulting factors from the Factor Analysis were: Health and Functionalities, Psychosocial, Living Standards and Depressive Symptoms. The factor scores were used to cluster the elderly as multidimensionally poor or not. At last, a complementary log-log regression was used to analyze which characteristics can affect the probability of an elder to be poor. Generally, results suggest that the individuals classified as financially poor and those identified as multidimensionally poor are not only distinct group, but they also live poverty through fundamentally different mechanisms. This distinction is evident by the fact the financially poor individuals tend to present low scores on the latent factors that impact significantly those who are multidimensionally poor. Furthermore, regression results suggest that multidimensional poverty seems to have an age component, in which the probability of being poor increases with age, while the same cannot be affirmed for monetary poverty. These results reinforce the necessity that the elderly are treated in broader approaches to poverty that are able to reveal their vulnerability in multiple dimensions.