Sistema monetário-financeiro internacional e a inserção externa da economia brasileira : 2003 - 2016
Resumo
Resumo: O sistema monetário-financeiro internacional influencia o desenvolvimento econômico global, especialmente na era da globalização financeira, regulando transações cambiais e financeiras e conectando economias. No entanto, ainda há lacunas na compreensão sobre como economias emergentes, como a brasileira, navegaram nesse cenário enquanto buscavam crescimento e inclusão social. Esta dissertação tem como objetivo analisar a interação entre o sistema monetário-financeiro global e o desenvolvimento brasileiro entre 2003 e 2016, destacando as estratégias de inserção, os avanços alcançados e os desafios enfrentados pelos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Para isso, combina uma revisão teórica e histórica com análise empírica, fundamentada na visão de Luiz Carlos Bresser-Pereira sobre desenvolvimento como um processo integrado de transformação econômica, social e política. Os resultados indicam que a estabilidade macroeconômica e o boom das commodities favoreceram a acumulação de reservas internacionais e a resistência a choques externos, mas que a partir de 2014 o modelo de crescimento se mostrou vulnerável, culminando em recessão, desequilíbrios fiscais e uma crise política. Assim, o estudo contribui para o debate sobre os limites e potencialidades das economias emergentes em um contexto de forte dependência do sistema financeiro internacional. Além disso, a pesquisa aponta para a necessidade de explorar alternativas ao atual sistema monetário-financeiro, com destaque para o papel de instituições como o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), criado pelos BRICS, que busca fortalecer a autonomia financeira dos países emergentes e reduzir a dependência de organismos tradicionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Pesquisas futuras podem investigar o potencial do NBD na promoção do desenvolvimento regional, bem como os desafios institucionais e econômicos enfrentados por essa iniciativa, considerando a hegemonia do dólar e a volatilidade dos fluxos de capital, fornecendo subsídios para a construção de um sistema monetário mais justo e multipolar Abstract: The international monetary-financial system influences global economic development, especially in the era of financial globalization, by regulating exchange and financial transactions and connecting economies. However, gaps remain in understanding how emerging economies, such as Brazil, have navigated this landscape while pursuing growth and social inclusion. This dissertation aims to analyze the interaction between the global monetary-financial system and Brazilian development between 2003 and 2016, highlighting insertion strategies, achievements, and the challenges faced by the governments of Luiz Inácio Lula da Silva and Dilma Rousseff. To this end, it combines a theoretical and historical review with empirical analysis, grounded in Luiz Carlos Bresser-Pereira’s perspective of development as an integrated process of economic, social, and political transformation. The findings indicate that macroeconomic stability and the commodity boom contributed to the accumulation of international reserves and resilience to external shocks but that, from 2014 onward, the growth model proved vulnerable, culminating in recession, fiscal imbalances, and a political crisis. Thus, the study contributes to the debate on the limits and potential of emerging economies in a context of strong dependence on the international financial system. Furthermore, the research highlights the need to explore alternatives to the current monetary-financial system, with particular emphasis on institutions such as the New Development Bank (NDB), created by the BRICS, which seeks to strengthen the financial autonomy of emerging countries and reduce dependence on traditional organizations such as the International Monetary Fund and the World Bank. Future research should investigate the NDB's potential in promoting regional development, as well as the institutional and economic challenges faced by this initiative, considering the dominance of the U.S. dollar and the volatility of capital flows, providing insights for the construction of a fairer and more multipolar monetary system
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