Comparação das variáveis musculoesqueléticas e da marcha entre idosos com diferentes níveis de atividade física
Resumo
Resumo: O envelhecimento traz consigo mudanças no organismo, especialmente no sistema musculoesquelético, a diminuição da massa e força muscular, em particular nos músculos plantiflexores, afeta a velocidade de marcha e a propulsão durante a caminhada. Essas alterações podem levar à redução da atividade física, aumentando o risco de complicações de saúde, quedas e fragilidade. Com isso, o objetivo deste estudo consistiu em comparar a arquitetura, composição e função dos músculos plantiflexores (gastrocnêmio medial, lateral e sóleo), o desempenho na marcha e a mobilidade entre idosos com diferentes níveis de atividade física. Participaram do estudo 111 pessoas idosas (h = 44, m = 67; 70,8 ± 4,5 anos; 71,52 ± kg; 1,62 ± cm), que foram alocadas em 3 grupos com 37 participantes em cada, de acordo a divisão em tercil, tendo como base o número de passos que foi avaliado por meio do uso de um acelerômetro (G1, até 4336; G2, de 4337 a 7221; G3, de 7222 a 13676 passos). Foram consideradas variáveis de desfecho primário a arquitetura e composição dos músculos que compõe o tríceps sural, avaliadas por meio de ultrassonografia. Os desfechos secundários incluem (1) função muscular, avaliada por meio de dinamômetro isocinético; (2) mobilidade, mensurada a partir do teste Time Up and Go; (3) parâmetros cinemáticos e espaço temporais da marcha, avaliados por meio de um tapete com sensores. Foi realizada a análise dos dados coletados utilizando estatística descritiva. Para as comparações entre os grupos para as variáveis de arquitetura e composição muscular, parâmetros cinemáticos e espaço temporais da marcha e mobilidade, foi realizada a análise de variância a um fator (ANOVA one way). Além disso, foi utilizado o teste post hoc de Bonferroni para identificar quais grupos se diferiram. Todo os procedimentos estatísticos foram realizados no software IBM SPSS Statistics e, foi adotado o valor de p>0,05 para determinar o nível de significância. Os resultados demonstraram que o grupo com menor nível de atividade física apresentou um pior desempenho nos testes de função muscular, nas variáveis da marcha e mobilidade. Entretanto, entre as 12 variáveis de arquitetura e composição muscular, foi encontrada diferença significativa entre os grupos em apenas uma. Com isso, foi possível concluir que um nível de atividade física mais elevado gera benefícios relacionados à função física, mesmo sem que sejam percebidas mudanças estruturais no músculo. Abstract: Aging brings with it changes in the body, especially in the musculoskeletal system. The reduction in muscle mass and strength, particularly in the plantar flexor muscles, affects walking speed and propulsion during walking. These changes can lead to reduced physical activity, increasing the risk of health complications, falls, and frailty. Therefore, the aim of this study was to compare the architecture, composition, and function of the plantar flexor muscles (medial gastrocnemius, lateral gastrocnemius, and soleus), walking performance, and mobility among elderly individuals with different levels of physical activity. The study included 111 elderly participants (44 men, 67 women; 70.8 ± 4.5 years; 71.52 ± kg; 1.62 ± cm), who were allocated into three groups of 37 participants each, based on tercile division according to the number of steps evaluated using an accelerometer (G1, up to 4336; G2, from 4337 to 7221; G3, from 7222 to 13676 steps). The primary outcome variables were the architecture and composition of the muscles comprising the triceps surae, assessed using ultrasonography. Secondary outcomes included (1) muscle function, assessed using an isokinetic dynamometer; (2) mobility, measured by the Time Up and Go test; and (3) kinematic and spatiotemporal gait parameters, evaluated using a sensor-equipped mat. Descriptive statistics were used to analyze the collected data. One-way analysis of variance (ANOVA) was conducted for comparisons between groups regarding muscle architecture and composition, kinematic and spatiotemporal gait parameters, and mobility. Additionally, Bonferroni's post hoc test was used to identify which groups differed. All statistical procedures were performed using IBM SPSS Statistics software, with a significance level set at p>0.05. The results showed that the group with the lowest level of physical activity had poorer performance in muscle function tests, gait variables, and mobility. However, among the 12 variables of muscle architecture and composition, a significant difference was found between groups in only one. Therefore, it was concluded that a higher level of physical activity provides benefits related to physical function, even without noticeable structural changes in the muscle
Collections
- Dissertações [226]