Pesquisa de propriedades adesivas, hemolíticas e hemaglutinantes em cepas uropatogênicas de Escherichia coli

Abstract

Resumo: Foram analisadas 30 cepas uropatogênicas de Escherichia coli quanto à expressão de três fatores de virulência: hemaglutinação, adesão a células epiteliais e produção de hemolisina. A pesquisa de hemaglutininas revelou a seguinte expressão fenotípica entre os isolados clínicos: 40% aglutinaram eritrócitos de cobaia na ausência de D-manose (cepas manose-sensíveis - MS); 13,3% aglutinaram eritrócitos humanos na presença de D- manose (cepas manose-resistentes - MR); 30% das cepas apresentaram os dois padrões de hemaglutinação (cepas MRMS) e 16,6% das cepas não expressaram as hemaglutininas pesquisadas. A presença de hemolisina ocorreu em 26,6% das cepas e sempre foi acompanhada da expressão de hemaglutininas MS. As cepas com fenótipo hemaglutinante MRMS e hemolíticas provocaram descolamento das monocamadas de células HEp-2 das lamínulas. Todas as cepas com hemaglutininas MR aderiram à linhagem celular, enquanto que as cepas somente com hemaglutininas MS aderiram em menor grau e as cepas não hemaglutinantes praticamente não aderiram. Os resultados confirmam a hemaglutinação como fator de virulência bacteriana e a relação direta entre hemaglutinação manose-resistente e capacidade adesiva. As cepas que não expressaram hemaglutininas e adesinas também não se apresentaram hemolíticas. Esses dados sugerem a interferência de outros fatores de virulência, não contemplados nesta pesquisa, atuando no potencial patogênico dessas cepas.

Abstract: Thirty uropathogenic strains of Escherichia coli were analyzed regarding the expression of virulence factors: hemagglutination, adhesion to epithelial cells and production of hemolysin. The analysis of hemagglutinins revealed the following phenotypical expression between the clinical isolates: 40% agglutinated red blood cells of guinea pigs in the absence of D-mannose (mannose - sensitive strains - MS); 13.3% agglutinated human red blood cells in the presence of D-mannose (mannose-resistant strains - MR); 30% of the strains showed the two hemagglutinin patterns (MRMS strains) and 16.6% of the strains did not express the hemagglutinins that were studied. The presence of hemolysin occurred in 26.6% of the strains and was always accompanied by the expression of MS hemagglutinins. The strains with a MRMS hemagglutining phenotype that were also hemolytic caused detachment of HEp-2 cell monolayers from glass coverslips. All the strains with MR hemagglutinin adhered to the cell lineage, while the strains only with MS hemagglutinin were less adherents and the non-agglutinating strains did not adhere at all. The results confirm hemagglutination as a bacterial virulence factor and the direct relationship between mannose-resistant hemagglutination and adhesive ability. The strains that did not express hemagglutinins and adhesins did not prove to be hemolytic either. These data suggest the interference of other virulence factors, not focused in this research work, acting on the pathogenic potential of these strains.