Influência da deformabilidade de prismas de alvenaria no desempenho da aderência de revestimentos de argamassa com o substrato de bloco cerâmico de vedação
Resumo
Resumo: Os revestimentos de argamassa, ao serem submetidos às solicitações permanentes da alvenaria, decorrentes de deformações estruturais e oscilações higrotérmicas, devem ser capazes de absorver pequenas deformações sem fissurar, mantendo sua aderência ao substrato. Essa capacidade de desempenho do revestimento pode prevenir o surgimento de fissuras e garantir uma aderência adequada, evitando problemas que comprometam os aspectos estéticos, de conforto e estanqueidade da edificação. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi analisar a influência da deformabilidade de prismas de alvenaria no desempenho da aderência de revestimentos de argamassa com o substrato de bloco cerâmico de vedação, mediante aplicação de deslocamentos provenientes de cargas de compressão nos prismas. Os prismas foram construídos utilizando dois blocos cerâmicos com furos verticais e dimensões de (140×190×290) mm, os quais foram revestidos com três tipos de argamassas de revestimento: mista (AM) com traço de 1:1:6 em volume, industrializada (AI) e estabilizada (AU), utilizando chapisco industrializado rolado como ponte de aderência. Durante a produção dos prismas, as argamassas foram caracterizadas individualmente no estado fresco, e corpos de prova foram moldados para caracterização no estado endurecido posteriormente. Após o período de cura dos revestimentos, foram avaliados simultaneamente o módulo de deformação dos prismas e a resistência de aderência à tração das argamassas, considerando a aplicação de deslocamentos de 2 mm (d2), 3 mm (d3) e 4 mm (d4) sobre os prismas. Os resultados indicaram que a aplicação dos revestimentos de argamassa resultou em aumentos tanto na resistência à compressão dos prismas quanto no módulo de deformação dos mesmos, de maneira não proporcional. O revestimento de argamassa mista, devido à sua maior deformabilidade e resiliência, apresentou uma redução menos acentuada na resistência de aderência à tração com o aumento do módulo de deformação dos prismas. Em contrapartida, a argamassa industrializada, mais rígida e menos resiliente, registrou as maiores reduções na aderência no deslocamento d3, enquanto que a argamassa estabilizada mostrou impactos intermediários na aderência em d3, e superiores em d2 e em d4, em comparação às outras argamassas, com valores mais elevados em todas as condições avaliadas. Concluiu-se, portanto, que o aumento na rigidez dos prismas, associado ao módulo de deformação das argamassas de revestimento, impactaram na redução da resistência de aderência à tração dos revestimentos aplicados, especialmente para as argamassas com menor flexibilidade. Abstract: Mortar coatings, when subjected to the permanent stresses of masonry, resulting from structural deformations and hygrothermal fluctuations, must be able to absorb small deformations without cracking, while maintaining their adhesion to the substrate.This performance capability of the coating can prevent the emergence of cracks and ensure adequate adhesion, thereby avoiding issues that compromise the aesthetic, comfort, and waterproofing aspects of the building. In this context, the aim of this research was to analyze the influence of masonry prism deformability on the performance of mortar coating adhesion to ceramic block substrate, by applying compressive loads to the prisms. The prisms were constructed using two ceramic blocks with vertical perforations, measuring (140×190×290) mm, and were coated with three types of mortar coatings: mixed (MM) with a 1:1:6 volumetric ratio, industrialized (IM), and stabilized (SM), using rolled industrialized bonding mortar as adhesion bridge. During prism production, the mortars were individually characterized in the fresh state, and specimens were molded for characterization in the hardened state subsequently. After curing the coatings, both the prism deformation modulus and the potential tensile bond strength of the mortars were evaluated simultaneously, considering displacements of 2 mm (d2), 3 mm (d3), and 4 mm (d4) applied to the prisms. The results indicated that applying mortar coatings resulted in increases in both prism compressive strength and their deformation modulus, albeit not proportionally. The mixed mortar coating, due to its greater deformability and resilience, exhibited a less pronounced reduction in tensile bond strength as the deformation modulus of the prisms increased. In contrast, the industrialized mortar, being stiffer and less resilient, showed the most significant reductions in bond strength at displacement d3. The stabilized mortar demonstrated intermediate impacts on bond strength at d3, and higher impacts at d2 and d4 compared to the other mortars, with higher values across all evaluated conditions. It was concluded that the increase in the stiffness of the prisms, combined with the deformation modulus of the coating mortars, affected the reduction in tensile bond strength of the applied coatings, especially for mortars with lower flexibility.
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