Chlamydia trachomatis, neisseria gonorrhoeae, mycoplasma genitalium e trichomonas vaginalis rastreados durante a rotina pré-natal : prevalência, dados epidemiológicos e resultados
Abstract
Resumo: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são prevalentes em países em desenvolvimento, e estão associadas a desfechos perinatais desfavoráveis. Infecções por Chlamydia trachomatis (CT), Neisseria gonorrhoeae (NG), Mycoplasma genitalium (MG) e Trichomonas vaginalis (TV) são assintomáticas em 70% dos casos. No Brasil, a triagem pré-natal é realizada em populações especiais. O objetivo deste trabalho é determinar a prevalência de CT, NG, MG e TV em gestantes, correlacionando com dados sociodemográficos, para viabilizar esse rastreamento no cuidado pré-natal. A amostra foi composta por 148 gestantes entre 18 e 49 anos, atendidas nas Unidades de Saúde e Maternidade em Joinville, Santa Catarina, de novembro de 2021 a março de 2022. Os critérios de exclusão foram: antibioticoterapia nos últimos 3 meses; e fatores de risco para abortamento. Foram realizadas coleta de dados e swab endovaginal para exames através de biologia molecular. Os dados foram armazenados em base eletrônica. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos do Setor de Ciências da Saúde (UFPR). Nas 148 gestantes estudadas, foi verificada a prevalência de mulheres brancas, casadas, idade mediana de 29 anos e idade gestacional de 28 semanas. Dentre a população analisada, 16,2% (N=24) apresentaram, pelo menos, um dos agentes positivo. Entre os agentes, C. trachomatis (CT), M. genitalium (MG) e T. vaginalis (TV) foram detectados em 11 (7,43%), 13 (8,78%) e 3 (2,03%) mulheres, respectivamente. N. gonorrhoeae não foi detectado na amostra. Houve três casos de infecção por mais de um microrganismo (2 CT + MG e 1 MG + TV). A infecção por MG foi associada às gestantes solteiras (p-valor=0,014); a tricomoníase, se associou com pacientes com maior número de parceiros no último ano (p-valor=0,042). Abortamento foi menos frequente em mulheres com CT (p-valor 0,022), porém apenas uma paciente apresentou mais de 1 aborto prévio. A prevalência de MG nas gestantes, inclusive maior que CT, merece destaque. A prevalência de CT e NG foi próxima a estudos brasileiros, já a TV se aproximou de taxas de países europeus. A ausência de sintomas clínicos, juntamente com a prevalência encontrada, reforçam a importância de incluir rastreio desses microrganismos na gestação. Abstract: Sexually transmitted infections (STI) are prevalent in developing countries and are associated with unfavorable perinatal outcomes. Infections caused by Chlamydia trachomatis (CT), Neisseria gonorrhoeae (NG), Mycoplasma genitalium (MG) and Trichomonas vaginalis (VT) are asymptomatic in 70% of cases. In Brazil, prenatal screening is carried out in special populations. The objective of this work was to determine the prevalence of CT, NG, MG and TV in pregnant women, and to correlate it with sociodemographic data. Study approved by the Ethics and Research Committee on Human Beings of the Health Sciences Sector (UFPR). The sample included 148 pregnant women between 18 and 49 years old, who were treated at the Health and Maternity Units in Joinville, Santa Catarina, from November 2021 to March 2022. The exclusion criteria were: recent antibiotic therapy; and risk factors for miscarriage. Data collection and endovaginal swab were performed to research of agents through molecular biology. The data was stored electronically. In the 148 pregnant women studied, the prevalence of white and married women was verified, with a median age of 29 years and a gestational age of 28 weeks. Among the population analyzed, 16.2% (N=24) had at least one of the agents positive. Among the agents, C. trachomatis (CT), M. genitalium (MG) and T. vaginalis (TV) were detected in 11 (7.43%), 13 (8.78%) and 3 (2.03%) women, respectively. N. gonorrhoeae was not detected. There were three cases of infection with more than one microorganism (2 CT + MG and 1 MG + TV). MG infection was associated with single women (p-value=0.014); and trichomoniasis was associated with patients with more partners in the last year (p-value=0.042). Abortion was less frequent in women with CT (p-value 0.022), but only one patient had more than 1 previous abortion . The detection of MG in pregnant women, even higher than CT, deserves to be highlighted. The prevalence of CT and NG was in accordance with that reported in Brazilian studies, while TV was similar to rates in European countries. The absence of clinical symptoms, together with the prevalence found, reinforces the importance of including screening for these microorganisms during pregnancy.
Collections
- Dissertações [32]