Empreendedorismo na/pela Uber? : uma análise antropológia sobre a flexibilização do trabalho entre os motoristas de aplicativos de Campo Grande - MS
Resumo
Resumo: Atualmente, o uso dos termos empreendedor, empresário, microempresário, Chief Executive Officer (CEO), entre outros, para lojas online de qualquer ramo, trabalho com demandas via internet, trabalhos por conta, trabalhos via aplicativo como prestador de serviços e afins configura uma nova nomenclatura para caracterizar um processo autônomo de trabalho. A afirmação "ser empreendedor" começou a permear o cotidiano de trabalhadores das empresas que atuam via plataforma, como é o caso da Uber, e mais do que "virar moda" trouxe o questionamento do que é ser empreendedor do ponto de vista dos motoristas de aplicativos na atualidade. Pensando nisso, a presente dissertação tem por objetivo analisar as performances das relações de trabalho desses motoristas na plataforma digital, Uber, com auxílio de algoritmos e de banco de dados, bem como a configuração de novas relações entre humano e não humano. Para análise, foram utilizados dados do trabalho de campo com motoristas de aplicativos na cidade de Campo Grande (MS), num período que compreende pouco mais de um ano, e grupos de motoristas de aplicativos disponíveis no Facebook. Além disso, acompanhei sites e redes sociais, especificamente do Instagram, da empresa Uber no Brasil. Nesse caminho, foi possível perceber os diferentes motoristas de aplicativos que atuam por motivos e objetivos múltiplos na realidade de um trabalho autônomo que carrega um ideal empreendedor e está sujeito a diversas reinvenções e posicionamentos. É de importância também, notar a presença da teoria da gamificação, que pode ser visualizada a partir dos manuseios dos motoristas de aplicativos na sua atuação na plataforma. Essa, que consiste em induzir o trabalhador a atuar de maneira sincrônica aos objetivos da empresa por meio de incentivadores e ferramentas sutis transvestidos em lógicas de jogos. Abstract: Currently, the use of the terms entrepreneur, businessman, micro-entrepreneur, Chief Executive Officer (CEO), among others, for online stores of any branch, work with internet demand, work for hire, work by application as a service provider and the like configures a new nomenclature to characterize an independent work process. The statement "being an entrepreneur" began to permeate the daily lives of workers in companies that operate via the platform, such as Uber, and more than "becoming fashionable" it raised the question of what it means to be an entrepreneur from the point of view of truck drivers. applications today. With this in mind, this dissertation aims to analyze the performance of these drivers' work relationships on the digital platform, Uber, with the help of algorithms and databases, as well as the configuration of new relationships between humans and non-humans. For analysis, data from fieldwork with app drivers in the city of Campo Grande (MS) were used, over a period of just over a year, and app driver groups available on Facebook. In addition, I followed websites and social networks, specifically Instagram, from the company Uber in Brazil. Along this path, it was possible to perceive the different application drivers that act for multiple reasons and objectives in the reality of independent work that carries an ideal entrepreneur and is subject to various reinventions and positionings. It is also important to note the presence of gamification theory, which can be viewed based on the application drivers included in their performance on the platform. This consists of inducing the worker to act in a synchronous manner with the company's objectives through incentives and tools disguised as game logic.
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