A agroecologia e o agronegócio nas escolas do campo : um estudo de caso sobre a casa familiar rural de São Mateus do Sul - PR
Resumo
Resumo: A pesquisa analisa os elementos que envolvem o processo de expansão das práticas agroecológicas na arena educacional, buscando compreender seus limites e possibilidades. Para dar base às nossas reflexões, realizamos um estudo de caso da transição curricular da Casa Familiar Rural de São Mateus do Sul (CFR-SMS), que alterou a formação de curso Técnico em Agroecologia para ofertar o curso Técnico Agrícola. O objetivo central da pesquisa foi compreender como as noções da comunidade escolar acerca da agroecologia e do agronegócio estiveram relacionadas com uma relativa aceitação do novo curso, que encontrou poucas mobilizações de resistência. A metodologia que orientou a pesquisa empírica foi a pesquisa participante, que privilegia as noções dos interlocutores como ponto de partida para as reflexões práticas e teóricas. Através deste estudo, verificamos ambiguidades do desenvolvimento da agricultura de base ecológica na região, que revelam uma tendência de manutenção das relações de subordinação dos agricultores familiares em meio à um contexto marcado pela mobilidade do trabalho rural. A pesquisa indica ainda que a agroecologia pode ser pensada como uma brecha camponesa na educação do campo, cuja expansão está condicionada pela ampliação de políticas públicas e de iniciativas do mercado pautadas na sustentabilidade ambiental e na valorização da agricultura familiar. Abstract: The research analyzes the elements that involve the process of expanding agroecological practices in the educational arena, seeking to understand their limits and possibilities. To support our reflections, we carried out a case study of the curricular transition of the Casa Familiar Rural de São Mateus do Sul (CFR-SMS), which changed the formation of the Technical course in Agroecology to offer the Agricultural Technician course. The central objective of the research was to understand how the school community's notions about agroecology and agribusiness were related to a relative acceptance of the new course, which met with few mobilizations of resistance. The methodology that guided the empirical research was participant research, which privileges the interlocutors' notions as a starting point for practical and theoretical reflections. Through this study, we verified ambiguities in the development of ecologically-based agriculture in the region, which reveal a tendency to maintain subordination relationships among family farmers in a context marked by the mobility of rural work. The research also indicates that agroecology can be thought of as a peasant gap in rural education, whose expansion is conditioned by the expansion of public policies and market initiatives based on environmental sustainability and the valorization of family farming.
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