Elaboração de protocolo para avaliação do grau de bem-estar de suínos de criações de subsistência

Abstract

Resumo: A suinocultura possui grande impacto na economia gerando muitos empregos e também renda aos produtores rurais. O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína. Apesar dos grandes investimentos em melhorias nas criações, tanto nas instalações quanto na sanidade e no gerenciamento das propriedades, a suinocultura de subsistência ainda segue com pouca assistência técnica e manejo e condições sanitárias precárias, afetando o bem-estar dos animais. O presente trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo é apresentada uma revisão sobre bem-estar animal na suinocultura, abrangendo aspectos históricos, legislações, protocolos disponíveis para avaliação do grau de bem-estar, indicadores que podem ser utilizados nesta avaliação, alterações encontradas em animais que apresentam grau de bem-estar comprometido e enriquecimentos ambientais como alternativa para melhorar a vida dos animais. O segundo capítulo apresenta a caracterização socioeconômica e da produção de suínos criados para subsistência em 40 propriedades em três cidades dos Campos Gerais-PR. O resultado mostrou que a maioria dos produtores realizava a criação de outras espécies de animais de produção, o ciclo completo de produção foi o mais encontrado nas visitas, a mão-deobra era exclusivamente familiar e não era a principal fonte de renda para nenhuma família. No terceiro capítulo é proposto e aplicado, nas mesmas 40 propriedades, um protocolo de avaliação de grau de bem-estar de suínos voltado para produções de subsistência. O protocolo foi elaborado baseado no conceito das cinco liberdades e em protocolos já existentes. Os indicadores a serem avaliados foram divididos em cinco grupo: nutricionais, de conforto, de comportamento, de saúde e outros, no qual foi inserido itens relacionados ao abate. Cada grupo foi avaliado como adequado, regular ou inadequado. Ao final, baseado nas avaliações de cada grupo, o bem-estar foi avaliado em muito alto, alto, regular, baixo e muito baixo. Os resultados obtidos mostram que o grau de bem-estar dos animais criados para subsistência é muito baixo e é necessário mais pesquisas, acompanhamento das propriedades e instrução dos produtores para garantir uma vida de qualidade para os animais.

Abstract: Pig farming has a great impact on the economy, generating many jobs and also income for rural production. Brazil is the fourth largest producer and exporter of pork. Despite large investments in improvements in livestock, both in facilities and in health and property management, subsistence pig farming still continues with little technical assistance and management and precarious sanitary conditions, affecting the animals' welfare. This work is divided into three chapters. The first chapter presents a review of animal welfare in swine farming, covering historical aspects, legislation, available protocols for assessing the degree of welfare, indicators that can be used in this assessment, changes found in animals that have a compromised degree of welfare and environmental enrichment as an alternative to improving the lives of animals. The second chapter presents a socioeconomic characterization and the production of pigs raised for subsistence on 40 properties in three cities in Campos Gerais-PR. The result showed that the majority of producers raised other species of production animals, the complete production cycle was the most common in visits, the work was made exclusively by the family and was not the main source of income for any family. In the third chapter, a protocol for assessing the level of welfare for subsistence production is proposed and applied to the same 40 properties. The protocol was drawn up based on the concept of the five freedoms and existing protocols. The indicators to be evaluated were divided into five groups: nutritional, comfort, behavior, health and others, in which items related to slaughter were included. Each group was evaluated as adequate, regular or inadequate. In the end, based on the assessments of each group, welfare was assessed as very high, high, regular, low and very low. The results obtained show that the level of welfare of animals raised for subsistence is very low and more research, monitoring of properties and instruction of producers is needed to guarantee a quality life for the animals.