Corrida de rua feminina em Curitiba, Paraná : análise de características individuais, ambientais e potenciais barreiras enfrentadas por corredoras
Resumo
Resumo: A prática regular da corrida de rua está associada à melhora da saúde nos aspectos físicos e mentais. Contudo, determinados segmentos da sociedade podem confrontarse com fatores que restringem ou inibem a participação na modalidade. Esses fatores, denominados de barreiras, são enfrentados por mulheres desde os primeiros registros da prática da corrida de rua com caráter esportivo. O presente estudo teve por objetivo analisar características individuais, ambientais e potenciais barreiras enfrentadas por mulheres corredoras, para a prática da corrida de rua no município de Curitiba – PR. A população estudada incluiu 414 praticantes de corrida de rua do sexo feminino, residentes na cidade de Curitiba e região metropolitana, com idade igual ou superior a 18 anos. Para a coleta de dados, foi disponibilizado um questionário on-line composto pelos seguintes instrumentos de pesquisa: "caracterização do perfil e fatores associados ao desempenho em corredores de rua"; "escala de percepção do ambiente para a prática de atividade física"; "questionário semiestruturado para mulheres corredoras de rua". Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva (média, desvio-padrão, frequência absoluta e relativa). Os resultados revelaram um perfil sociodemográfico das mulheres envolvidas na prática de corrida de rua caracterizado por média de idade de 41,5 ± 11,0 anos, predominância étnica de ascendência branca, estado civil casado, nível de escolaridade pós-graduação, renda mensal média superior a 5 salários-mínimos, emprego em regime de tempo integral e autossuficiência financeira. Sobre as características de treino e competições, a maioria das participantes pratica corrida de rua há mais de 1 ano, com frequência semanal média de treino de 3±1 vezes por semana. O turno da manhã é o preferido para praticar corrida de rua e a principal motivação apontada foi "saúde e qualidade de vida". No que diz respeito às competições, as corredoras referiram preferência por provas de 5 km e 10 km. Em relação aos fatores ambientais que afetam a prática da corrida de rua, as condições físicas de infraestrutura urbana são percebidas pelas participantes como favoráveis à permanência na prática da atividade. Entretanto, a maioria das corredoras não dispõe de parques, praças ou espaços apropriados para a corrida nas proximidades de suas residências. Adicionalmente, a maior parcela das mulheres reporta insegurança para praticar corrida de rua sozinha e muitas já foram vítimas de alguma forma de violência, principalmente de natureza sexual. Por meio da análise das características individuais e ambientais envolvidas na prática da corrida de rua por mulheres, foram identificadas potenciais barreiras para a inserção ou permanência de corredoras na atividade. Estas barreiras abrangem aspectos de natureza socioeconômica, étnica, demográfica, de acessibilidade, segurança e suporte social/familiar. O estudo concluiu, portanto, que o contexto social, econômico, cultural e ambiental impacta a participação feminina na corrida de rua. Abstract: Regular street running is associated with improving physical and mental health. However, specific segments of society may face factors that restrict or inhibit their participation in the sport. These factors, known as barriers, have been faced by women since the first records of street running as a sport. This study analyzed individual and environmental characteristics and potential barriers women runners face in Curitiba - PR. The study population included 414 female runners in Curitiba aged 18 or over. For data collection, it was released an online questionnaire composed of the following research instruments: "characterization of the profile and factors associated with performance in street runners"; "scale for evaluation of environment perception for physical activity"; "semi-structured questionnaire for women street runners". The partial data was analyzed using descriptive statistics (mean, standard deviation, absolute and relative frequency). The preliminary results revealed a sociodemographic profile of the women involved in street running, characterized by an average age of 41,5 ± 11,0 years, a predominance of white ethnicity, married marital status, postgraduate education, an average monthly income of more than five minimum wages, full-time employment and financial self-sufficiency. Regarding the characteristics of training and competitions, most participants have been running for over a year, with an average weekly frequency of 3±1 times a week. The morning shift is the preferred time for running and the primary motivation was "health and quality of life". Regarding competitions, the runners preferred 5 km and 10 km races. Regarding the environmental factors that affect the practice of street running, the participants perceive the physical conditions of urban infrastructure as favorable to continuing the activity. However, most runners do not have parks, squares or appropriate spaces for running near their homes. In addition, most of the women report feeling insecure about running alone and many have already been victims of some form of violence, mainly of a sexual nature. By analyzing the individual and environmental characteristics involved in women's street running, potential barriers were identified to the inclusion or permanence of female runners in the activity. These barriers include socioeconomic, ethnic, demographic, accessibility, safety and social/family support. The study therefore concluded that the social, economic, cultural and environmental context impacts women's participation in running.
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