Prevalência e fatores associados ao consumo de bebidas alcoólicas durante a gestação entre residentes de um município da região metropolitana de Curitiba
Resumo
Resumo: O consumo de bebidas alcoólicas por mulheres grávidas se constitui como um grande risco à saúde do binômio mãe-filho. Este consumo pode provocar uma série de consequências ao embrião e ao feto conhecidas como Desordens do Espectro Alcoólico Fetal - Fetal Alcohol Spectrum Disorders (FASD). Estudo transversal, exploratório e descritivo que objetivou medir a prevalência e características do padrão de consumo de álcool durante a gestação entre mulheres residentes de um município da região metropolitana de Curitiba que tiveram partos naturais e/ou cirúrgicos no período de junho a dezembro de 2016. A amostra foi composta por 221 mulheres, das quais 178 participaram (80,5%). A coleta de dados ocorreu no período de junho a dezembro de 2017 e para tanto se utilizou um formulário estruturado pelo pesquisador incluindo dados oriundos da Declaração de Nascidos Vivos (DNV) e do questionário aplicado versando sobre as características sociodemográficas, características do consumo de álcool pela mulher durante sua gravidez e perguntas do Questionário Tolerance, Annoyed, Cutdown e Eye-opened (T-ACE), versão brasileira para rastreamento do consumo de álcool na gestação. Também foi aplicado o teste de prétriagem para a avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor de crianças com até 12 meses de idade, para os filhos dessas mulheres. Com idade entre 15 e 47 anos, 70% (124) viviam sem companheiros fixos e 13% tinham menos de 7 anos de estudos e mais de 50% das participantes trabalhavam fora do domicílio., a maior parte delas (76,4%) iniciaram o pré-natal ainda no primeiro trimestre e pelo Sistema Único de Saúde (78,7%), 83,1% tiveram 7 ou mais consultas e as gestações variaram entre 28 e 42 semanas. A prevalência do uso de álcool entre as participantes chegou a 44,4% (79) e 20% mantiveram o mesmo padrão de consumo até o final da gestação. O TACE foi positivo para 2,3% das mulheres e 5,1% entre aquelas que ingeriram álcool e 74,7% delas não receberam nenhuma orientação sobre o uso de álcool na gestação durante as consultas de pré-natal. Houve predominância do consumo alcoólico em gestantes de 25 a 29 anos, a cerveja foi à bebida mais consumida e o domicilio o local mais utilizado para o consumo. Em relação aos conceptos, 10,7% apresentaram baixo peso ao nascer e 28,1% apresentaram alteração no desenvolvimento neuropsicomotor. O estudo apresentou resultados que evidenciam o consumo do álcool durante a gravidez como importante problema de saúde pública. Intervenções de promoção e prevenção de saúde mais efetivas relacionadas ao consumo de álcool 9 antes e durante a gestação são necessários, principalmente relacionadas ao potencial danoso ao feto e consequências para a vida da criança. Abstract: The consumption of alcohol by pregnant women constitutes a great risk to the health of the mother-child binomial. This consumption can cause a number of consequences to the embryo and fetus known as Fetal Alcohol Spectrum Disorders (FASD). This cross - sectional, exploratory and descriptive study aimed to measure the prevalence and characteristics of the pattern of alcohol consumption during gestation among women living in a city in the metropolitan region of Curitiba who had natural and / or surgical deliveries from June to December 2016. The sample consisted of 221 women, of whom 178 participated (80.5%). Data collection took place from June to December 2017 and for that purpose a researcher structured form was used, including data from the Declaration of Live Births (DNV) and the questionnaire applied on sociodemographic characteristics, characteristics of alcohol consumption by woman during her pregnancy and questions from the Tolerance, Annoyed, Cutdown and Eyeopened Questionnaire (T-ACE), a Brazilian version for tracking alcohol consumption during pregnancy. The pre-screening test was also applied to evaluate the neuropsychomotor development of children up to 12 months of age for the children of these women. Between the ages of 15 and 47, 70% (124) lived without fixed partners and 13% had less than 7 years of schooling and more than 50% of the participants worked outside the home, most of them (76.4%), (78.7%), 83.1% had 7 or more consultations and the gestations ranged from 28 to 42 weeks. The prevalence of alcohol use among the participants reached 44.4% (79) and 20% maintained the same consumption pattern until the end of gestation. T-ACE was positive for 2.3% of women and 5.1% among those who drank alcohol and 74.7% of them received no guidance on alcohol use during pregnancy during prenatal visits. There was a predominance of alcohol consumption in pregnant women aged 25 to 29 years, beer was the most consumed drink and domicile the most used place for consumption. Regarding the concepts, 10.7% presented low birth weight and 28.1% presented alterations in neuropsychomotor development. The study presented results that show the consumption of alcohol during pregnancy as an important public health problem. More effective health promotion and prevention interventions related to alcohol consumption before and during gestation are necessary, mainly related to harmful potential of the fetus and consequences for the life of the child.
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