Fanon e o novo humanismo : inclinação à ancestralidade africana

Abstract

Resumo: O movimento de colonização europeia na América e na África, dentre outros, a partir dos séculos XV e XVI, empenhou-se no silenciamento dos padrões culturais dos povos colonizados, cujo resultado foi um "apagão'' das realizações culturais de tais povos na história, disseminando a inferiorização deles em relação aos colonizadores europeus. Esta ação perturbou a autoconsciência do povo negro, sujeitando-o a um humanismo particularista que o desumanizava. Nesse contexto, o problema desta tese materializa-se na seguinte questão: Em que medida a concepção de novo humanismo, enunciada no livro Pele Negra, Máscaras Brancas e retomada durante a ação na Argélia, significaria uma inclinação de Fanon à Ancestralidade Africana? O objetivo da pesquisa consiste em investigar o novo humanismo a que se refere Frantz Fanon (1925-1961) e a aproximação deste autor à ancestralidade africana. Dentre os resultados alcançados, encontram-se a denúncia do anti-humanismo colonial e os efeitos deletérios daquele anti-humanismo sobre a psicologia social das vítimas e o imperativo da ação libertadora, mediados pela dialética da tomada de consciência. A tese parte da imersão de Fanon no contexto da vida africana, revelando uma consonância entre os princípios do autor e os valores da ancestralidade, com destaque para a sua dedicação à humanidade. Com Fanon, como pretexto teórico, apresentamos a análise de uma literatura de cordel com relatos da experiência de ancestralidade do autor desta tese, na sua cidade natal de Oeiras/PI. A execução deste trabalho segue um procedimento metodológico centrado na pesquisa bibliográfica e na aplicação de princípios dedutivos, que servirão como bases fundamentais para a sustentação das argumentações.

Abstract: The European colonization movement in America and Africa, among others, from of the 15th and 16th centuries, it committed itself to silencing the cultural patterns of colonized peoples,the result of which was a "blackout" of the cultural achievements of such peoples in history, disseminating their inferiority in relation to the colonizers Europeans. This action disturbed the self-awareness of black people, subjecting them to a particularistic humanism that dehumanized them. In this context, the problem of this thesis materializes in the following question: To what extent does the conception of new humanism, enunciated in the book - Pele Negra, Máscaras Brancas - and resumed during would the action in Algeria mean Fanon’s inclination towards African Ancestry? The objective of the research is to investigate the new humanism referred to by Frantz Fanon (1925-1961) and this author’s approach to African ancestry. Among the results achieved are the denunciation of anti-humanism colonialism and the deleterious effects of that anti-humanism on the social psychology of victims and the imperative of liberating action, mediated by the dialectics of consciousness-raising. The thesis starts from Fanon’s immersion in the context of Africa life, revealing a consonance between the author’s principles and the values of the ancestry, with emphasis on his dedication to humanity. With Fanon, as a theoretical pretext, we present the analysis of a Cordel literature with reports of the author’s experience of ancestry, in his hometown of Oeiras/PI. The execution of this work follows a methodological procedure centered on bibliographical research and the application of deductive principles, which will serve as fundamental bases for supporting arguments.