Efeito do tratamento com baixas doses de canabidiol no modelo de inflamação intestinal induzida por DSS em camundongos fêmeas

Abstract

Resumo: A colite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal (DII) que afeta o cólon, causando dor, inflamação e diarreia, podendo levar à ansiedade e depressão. Devido à falta de tratamentos eficazes para a colite ulcerativa, são necessários estudos em busca de novos tratamentos. Estudos sugerem que o canabidiol (CBD), um fitocanabinóide, tem efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, antioxidantes e ansiolíticos. Este estudo investigou se tratamento com baixas doses de CBD é capaz aliviar os sinais colônicos da colite experimental e melhorar o bem-estar dos animais, através dos possíveis efeitos do CBD. A colite ulcerativa foi induzida com 5% de Dextran Sulfato de Sódio (DSS) na água potável durante 5 dias, sendo substituído por somente água potável nos últimos 2 dias. Camundongos fêmeas foram tratados oralmente com CBD (0,01 mg/kg, 0,1 mg/kg e 1 mg/kg) durante os sete dias de experimentos. A hipersensibilidade abdominal mecânica foi medida com os filamentos de Von Frey em dias intercalados. Labirinto em cruz elevado, teste de campo aberto e teste de construção de ninho foram utilizados entre o sétimo e oitavo dia do protocolo. No oitavo dia, os tecidos do cólon e do córtex pré-frontal dos camundongos foram extraídos. Os níveis de mieloperoxidase (MPO), TNF-?, IL-10 e glutationa reduzida (GSH) foram medidos no cólon e os níveis de serotonina (5-HT) foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC-ED) no córtex préfrontal. O tratamento com CBD foi capaz de reduzir a hipersensibilidade abdominal, MPO e TNF-?, e foi capaz de normalizar os níveis de GSH e 5-HT quando comparado ao grupo DSS. O CBD atenuou a inflamação, a dor abdominal e o estresse oxidativo; e foi capaz de melhorar o bem-estar dos animais em relação ao grupo DSS. Nossos resultados auxiliam em novas perspectivas de abordagens terapêuticas em relação ao uso de CBD na colite ulcerativa. Além dos efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e antioxidantes, baixas doses de CBD também promovem o bem-estar, possivelmente através da regulação dos níveis de serotonina no córtex pré-frontal. Mais estudos são necessários para entender completamente o mecanismo de ação do CBD neste modelo de DII.

Abstract: Ulcerative colitis (UC) is an inflammatory bowel disease (IBD) that affects the colon, causing pain, inflammation, and diarrhea that could potentially lead to anxiety and depression. Due to the lack of effective treatments for ulcerative colitis, studies seeking new treatments are necessary. Studies suggest that cannabidiol (CBD), a phytocannabinoid, has analgesic, anti-inflammatory, anti-oxidative and anxiolytic effects. In this study investigated whether the treatment with of low doses of CBD is able to help improve the colonic symptoms of the experimental colitis, and improve the well-being of the animals, evaluating the possible CBD effects. Colitis was induced with 5% Dextran Sulphate Sodium (DSS) in the drinking water for 5 days, being replaced by drinking water in the last 2 days. Female Mice were orally treated with three different doses of CBD (0.01 mg/kg, 0.1 mg/kg and 1 mg/kg) during the seven days of experiments. Mechanical abdominal hypersensitivity was measured with von Frey hairs in intercalated days. Elevated plus Maze (EPM), Open field test (OFT) and nest building test were used between the seventh and eighth days of the protocol. On the eighth day, the mice's colon and prefrontal cortex tissue were extracted. Myeloperoxidase (MPO), TNF-?, IL-10. Glutathione (GSH) levels were measured in the colon and serotonin (5-HT) levels were analyzed using high-performance liquid chromatography (HPLC-ED) in the prefrontal cortex. CBD treatment was able to reduce abdominal hypersensitivity, MPO and TNF-? levels, and it was capable of normalizing GSH and serotonin levels when compared to the DSS group. CBD attenuated inflammation, abdominal pain, and oxidative stress; and it was able to improve the welfare of the animals compared to the DSS group. Our results assist in new perspectives of therapeutic approaches regarding the use of CBD in UC colitis. Beyond anti-inflammatory, analgesic, and antioxidant effects, low doses of CBD also promote welfare, possibly through the regulation of serotonin levels in the prefrontal cortex. Further studies are required to fully understand the mechanism of CBD action in this model of IBD.