Contribuição ao estudo anatômico do músculo oblíquo interno do abdome na etiopatogenia da hérnia inguinal direta
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Data
1989Autor
Simões, Maria de Lourdes Pessole Biondo
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Resumo: No presente trabalho estudam-se aspectos anatômicos do músculo oblíquo interno do abdome na região inguinipogástrica, particularmente a sua inserção ínfero-medial, em busca de um substrato anatômico que justifique o aparecimento da hérnia inguinal do tipo direta. Estudam-se 84 regiões inguinipogástricas em cadáveres frescos (não congelados), 20 femininas e 64 masculinas, de indivíduos adultos, sendo 45 brancos e 2 não brancos. Constata-se que a terminação ínfero-medial do músculo oblíquo interno do abdome tem inserção ora na pube, ora na margem lateral da bainha do músculo reto do abdome, estando a inserção na pube presente em 95,00% das regiões inguinipogástricas femininas e em 57,82% das masculinas (p<0,05). A frequência desta inserção quanto ao lado, apesar de diferente, não é estatisticamente significativa (p>0,05). A inserção ínfero-medial do músculo oblíquo interno do abdome quando se faz na margem lateral da bainha do músculo reto do abdome, em relação ao tubérculo púbico homolateral, chega, no sexo masculino, até a 3,3 cm e no feminino, até a 0,7 cm. O músculo oblíquo interno do abdome pode exibir, na região inguinipogástrica, fascículos musculares intercalados por tecido adiposo. Considerando o músculo oblíquo interno do abdome eficiente na cobertura da área de Hasselbach, apenas a porção do músculo que não exibe falhas ou gaps, a inserção ínfero-medial eficiente é então encontrada, no sexo masculino até a 4,5 cm da pube e até a 2,4 cm no sexo feminino. O ligamento inguinal teve em média 12,50 cm no homem 12,10 cm na mulher. Classifica-se o músculo oblíquo interno do abdome com relação aos seus dismorfismos em 5 classes e verifica-se que as falhas são mais frequentes no sexo masculino. Mede-se a altura da pube e compara-se com a classe de músculo oblíquo interno do abdome encontrado e constata-se que não houve relação entre a altura da pube e a presença ou ausência de inserção pubiana desse músculo (p>0,05). Finalmente, sugere-se que a maior ausência de inserção pubiana do músculo oblíquo interno do abdome, a maior medida da distância da inserção ínfero-medial deste músculo na margem lateral da bainha do músculo reto do abdome ao tubérculo púbico e a maior incidência de dismorfismos musculares do músculo oblíquo interno do abdome podem ser fatores responsáveis pela maior frequência das hérnias diretas nos indivíduos do sexo masculino. Abstract: This paper discusses anatomical aspects of the internal oblique muscle at the inguinohypogastric area, particularly of its infero medial insertion, aiming at finding an anatomical substrate which justifies the appearance of direct inguinal hernia. Eighty-four inguinohypogastric regions were studied in fresh (not frozen) corpses of 20 adult females and 64 adult males of which 45 were white and 2 non-white. It was noticed that the infero medial aspect of the internal oblique muscle is either inserted into the pubis or the lateral margin of the Rectus Abdominis sheath, the former being more frequent: 95.00% in females and 57.82% in males (p<0.05). Although it is different, the sidewise frequency of this insertion is not statistically significant (p<0.05). As far as the insertion of the internal oblique muscle into the lateral margin of the Rectus Abdominis sheath is concerned, the distance between the Pubic Tubercle and the infero medial insertion of the muscle is of up to 3.3 cm in males and up to 0.7 cm in females. In the inguinohypogastric area, the internal oblique muscle may have muscular fascicules intercalated with adipose tissue. If only the portion of the internal oblique muscle which does not exhibit gaps is considered efficient to cover the Hasselbach area, the infero medial insertion is then located at up to 4.5 cm from the pubis in males and up to 2.4 cm in females. The inguinal ligament had an average span of 12.50 cm in males and 12.10cm in females. The internal oblique muscle is classified into five categories according to its dysmorphysm and it was noticed that gaps are more frequent in males. If the pubic location (height) is measured and compared to the internal oblique category found, it can be verified that there is no relation between the pubic height and the presence or absence of the pubic insertion of this muscle (p>0.05). Finally, it can be suggested that the less frequent insertion of the internal oblique muscle into the pubis, the higher distance measured between the infero medial insertion of this muscle into the lateral margin of the rectus abdominis sheath and the pubic tubercle and also the higher incidence of muscular dysmorphism of the internal oblique may be factors responsible for the higher frequency of direct hernias in males.
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