Do teto ao prato : articulação da União de Moradores e Trabalhadores (UMT) no Bolsão Formosa em torno da unificação das lutas populares

Abstract

Resumo: Os movimentos sociais são objeto de estudo nas Ciências Sociais de longa data. Na presente pesquisa investigamos como se articulam durante a pandemia, através do estudo de caso da União de Moradores e Trabalhadores na região do Bolsão Formosa, a fim de compreender suas dinâmicas e estratégias neste momento pandêmico, que aguça todas as desigualdades sociais, com o aumento da fragilidade social. Atravessamos três grandes esferas de estudo: movimento popular, desenvolvimento urbano e segurança alimentar durante a pandemia, entendendo estes dois últimos como contexto social para primeiro. Como objetivo principal buscamos compreender como se articulam ações de luta neste movimento aqui denominado preliminarmente como um novo movimento popular, a UMT, que passou a atuar na intersecção entre a comida e a moradia, diante da conjuntura de crise social, econômica, sanitária e alimentar, a partir da carência e não garantia do Estado desses direitos humanos fundamentais. Utilizamos uma estratégia multi metodológica mobilizando aplicação de questionário, levantamento de dados oficiais, notícias publicadas pela imprensa, entrevista, observação participante e pesquisa ação. Elaboramos três categorias principais de análise: experiência formativa; militante e voluntário. Concluímos que mesmo nos momentos de crise e emergência por sobrevivência não são os sujeitos mais afetados pela pauperização que se mobilizam, mas sim aqueles que possuem uma trajetória formativa; que as formas de organização popular acompanham as mudanças sociais e que ainda há muito o que ser explorado no universo dos movimentos sociais.

Abstract: Social movements have been na object of study in Social Sciences for a long time. In this research we investigated how they are articulated during the pandemic, though the case study of the UMT in the Bolsão Formosa region, in order to understand its dynamics and strategies in this pandemic moment, which exacerbates al social inequalities, with increased social fragility. We covered three major spheres of study: popular movement, urban development and food security during the pandemic, understanding the latter two as a backdrop to the first. As a main objective, we seek to understand how fighting actions are articulated in this movement, preliminarily called here as a new popular movement, the UMT, which started to act at the intersection between food and housing, in the face of the social, economic, health and food crisis. , based on the lack and failure of the State to guarantee these fundamental human rights. We used a multi-methodological strategy involving questionnaire application, official data collection, news, interview application, participant observation and action research. We created three main categories of analysis: training experience; activist and volunteer. We reached the conclusions that even in moments of crisis and emergency for survival, it is not the subjects most affected by pauperization who mobilize, but rather those who have a formative trajectory, the forms of popular organization accompany social changes and that there is still a lot to be done. be explored in the universe of social movements.