Análise histológica e imunohistoquímica do endométrio de ratas grávidas tratadas com tamoxifeno
Resumo
Resumo: A decidualização envolve a diferenciação de fibroblastos e a remodelação da matriz extracelular do tecido conjuntivo endometrial, desde que haja um ambiente hormonal apropriado e o estímulo do blastocisto no lúmen uterino. Drogas que simulam a ação do estrogênio podem alterar o período de receptividade uterina ao embrião. O principal objetivo deste trabalho foi analisar a morfologia da decídua antimesometrial de ratas submetidas a tratamento agudo com Tamoxifeno. O composto foi administrado via oral com dose baixa (0,03mg/Kg/dia) e dose alta (0,1mg/Kg/dia) a ratas nos dias 1, 2 e 3 da gestação. Cortes de sítios de implantação nos dias 6 e 7 da gestação foram incubados para detecção de fibronectina. A distribuição da glicoproteína foi semelhante nos animais controles e tratados, ou seja, ausente na zona decidual madura e presente nas zonas pré-decidual e não-decidualizada. Nos animais tratados com dose baixa, no dia 6 da gestação, a zona decidual madura era menor em relação aos demais grupos, sugerindo que a presença de baixas doses de Tamoxifeno promove um atraso na decidualização. Nos animais tratados com dose alta, no 6o dia de gestação, também houve a formação da cripta uterina e reação decidual, entretanto, com ausência de embrião nas criptas, sugerindo que o tamoxifeno poderia estar acelerando o transporte do blastocisto no trato reprodutor, fazendo com que o estágio de desenvolvimento deste não corresponda ao estágio de receptividade uterina, causando a sua expulsão prematura do útero. Abstract: Decidualization involves fibroblast differentiation and extracellular matrix remodeling of the endometrial connective tissue, provided there is an appropriate hormonal environment and blastocyst stimulation in the uterine lumen. Drugs that stimulate the estrogen action can alter the uterine receptive period to the embryo. The main aim of the present work is to analyze the antimesometrial decidua in rats submitted to acute treatment with Tamoxifen. The compound was administered orally in a low dosage (0,03mg/kg/day) and in a high dosage (0,1mg/kg/day) to rats on days 1, 2 and 3 of pregnancy. Sections of implantation sites on days 6 and 7 were incubated for fibronectin detection. The glycoprotein distribution was similar in both treated and control animals, being absent in the mature decidual zone and present in the predecidual and non-decidual zones. On day 6 of pregnancy, the mature decidual zone proved to be smaller in animals treated with the low dosage when compared to the other groups, suggesting that the presence of low dosages of Tamoxifen causes a delay in the decidualization. In animals treated with the high dosage, on day 6 of pregnancy the formation of the uterine crypt and the decidual reaction were also detected but in absence of embryo in the crypts, suggesting that tamoxifen could be speeding up blastocyst transport through the reproductive tract so that the developing stage ends up not corresponding to the uterine receptivity stage, thus causing its premature expulsion from the uterus.
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