Jardim sensorial como recurso pedagógico na aprendizagem das crianças com autismo (TEA)
Resumo
Resumo: Levando em conta que a escola é um local que oferece várias experiências na construção da aprendizagem e no desenvolvimento da criança, ser um ambiente inclusivo é o seu papel fundamental. Com isso, ela deve oferecer espaços acessíveis, acolhedores e capazes de atender a diversas diferenças na aprendizagem. Ela também pode proporcionar outras possibilidades de ensino que vão além do acondicionamento da sala de aula através do espaço externo, que pode ser usado como dispositivo da inclusão e aproximação das crianças autistas com a natureza. A problemática desta pesquisa é desvelada em um contexto educacional centrado em acúmulo de conteúdos articulado à lógica do silenciamento e imobilidade dos corpos como sinônimo de aprendizagem. Isso faz com que crianças e adolescentes com deficiência e, em específico neste estudo sujeitos com TEA, experimentem a exclusão em espaços tidos como inclusivos. Perante esse contexto, as crianças autistas apresentam dificuldades em se beneficiar apenas do espaço da sala de aula, e por isso a pesquisa se propôs a compreender os benefícios na aprendizagem das crianças com autismo mediante os estímulos sensoriais oferecidos pelo Jardim Sensorial. Também o avaliamos como instrumento de inclusão educacional desses alunos. Este estudo conversa com autores que apresentam a importância da criança manter contato com a natureza, como Louv (2016), e também com trabalhos de professores que ressignificaram os espaços externos à sala de aula como uma ferramenta de estímulo para a aprendizagem. Também foi debatido o aproveitamento do espaço externo nos momentos de recolhimento e aflição. A investigação adotou a pesquisa qualitativa através da abordagem participante, em razão da pesquisadora aparecer no processo de desenvolvimento da pesquisa com os pesquisados. O processo de construção do Jardim Sensorial foi pensado conjuntamente com os professores dos seis alunos autistas de uma escola municipal da cidade de Paranaguá como um espaço que venha trazer progresso na aprendizagem e na qualidade de vida desses educandos. Dentre as conclusões apresentadas através do grupo focal, destacou-se a interação dos autistas com a natureza como um fator preponderante para inseri-los numa proposta de educação inclusiva capaz de promover ações educacionais diversificadas, e a certeza de que todo o espaço escolar é passível de aprendizagem. Abstract: Considering that school is a place that offers various experiences in learning construction and child development, being an inclusive environment is its fundamental role. Therefore, it should provide accessible, welcoming spaces capable of accommodating various learning differences. It can also offer other teaching possibilities beyond classroom settings through outdoor spaces, which can be used as a device for inclusion and bringing autistic children closer to nature. The problem addressed in this research is unveiled in an educational context centered on content accumulation articulated with the logic of silencing and immobilizing bodies as synonymous with learning. This leads children and adolescents with disabilities, specifically in this study individuals with Autism Spectrum Disorder (ASD), to experience exclusion in spaces considered inclusive. Faced with this context, autistic children have difficulty benefiting solely from the classroom space, thus prompting the research to comprehend the benefits of sensory stimulation offered by the Sensory Garden on the learning of children with autism. We also evaluate it as an instrument for the educational inclusion of these students. This study engages with authors who emphasize the importance of children maintaining contact with nature, such as Louv (2016), and also with works of teachers who have redefined outdoor spaces outside the classroom as a stimulus tool for learning. The utilization of outdoor space during moments of withdrawal and distress was also discussed. The research adopted a qualitative approach through participant observation, as the researcher was involved in the research process with the participants. The construction process of the Sensory Garden was devised collaboratively with the teachers of six autistic students from a municipal school in the city of Paranaguá, aiming to bring progress in learning and quality of life for these students. Among the conclusions presented through the focus group, the interaction of autistic individuals with nature stood out as a crucial factor for integrating them into a proposal for inclusive education capable of promoting diversified educational actions, and the certainty that the entire school environment is conducive to learning
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