Impacto da estabilização costal manual sobre a excursão diafragmática, fração de encurtamento diafragmático e saturação periférica de oxigênio em recém-nascidos prematuros
Resumo
Resumo: A manobra de estabilização costal manual (MECM) é uma intervenção fisioterapêutica que promove estabilização da zona de aposição do diafragma, facilitando sua contração e o trabalho respiratório. Poucos são os estudos na literatura sobre a avaliação dos movimentos diafragmáticos e este tem como objetivo avaliar a excursão diafragmática em recém-nascidos (RNPT) após a execução da MECM por meio de ultrassonografia diafragmática. Trata-se de um ensaio clínico do tipo antes e depois para avaliação, por ultrassonografia torácica, da efetividade da MECM na amplitude da excursão diafragmática em RNPT em ar ambiente ou recebendo oxigênio suplementar de forma não invasiva. Os recém-nascidos foram classificados em três grupos: sem síndrome de desconforto respiratório (SDR) (n=26), com SDR (n=15) e com apneia (n=7) como causas de admissão na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN). Os 15 recém-nascidos que apresentaram SDR estavam ou em ar ambiente ou recebendo oxigênio suplementar por cânula nasal ou continuous positive airway pressure (CPAP) no dia da intervenção. A ocorrência de dor [Neonatal Infant Pain Score (NIPS) scale] e sinais de desconforto respiratório [Silverman-Andersen score (SAs)] também foram avaliados antes e depois da mEcm. A amostra foi constituída por 48 RNPT com idade gestacional de 33,0±2,8 semanas e peso de nascimento de 1904,1±708,9 gramas. As medidas de excursão e espessamento diafragmático foram semelhantes entre os RNPT com e sem SDR ou apneia e houve aumento significativo da amplitude da excursão diafragmática após a MECM (p<0,001) e menor espessamento diafragmático na expiração em todos eles (p<0,001). A medida de fração de espessamento diafragmático foi de 0,50 (0,33-0,72) e a taxa de espessamento diafragmático de 0,04 (0,03-0,07). Estas medidas não sofreram variação com a presença ou ausência de SDR ou apneia (p>0,05). Não se observou correlação entre nenhuma das medidas diafragmáticas com o peso de nascimento, idade gestacional, comprimento ou perímetros cefálico, torácico ou abdominal (r<0,10). Não houve variação significativa na frequência cardíaca (p=0,30), respiratória (p=0,79), saturação periférica de oxigênio, considerando os RNPT em ar ambiente (p=0,17), escore NIPS (p=0,98) ou SAs (p=0,95) após a MECM comparado às medidas registradas antes da manobra. A excursão diafragmática foi significativamente maior entre os recém-nascidos à termo (p=0,01) e houve correlação positiva entre a excursão diafragmática e a idade gestacional. Observou-se maior espessamento diafragmático na inspiração, comparado à expiração, tanto em recémnascidos prematuros quanto naqueles à termo (p<0,001). A realização da MECM não provocou efeitos adversos, sendo efetiva e segura como manobra fisioterapêutica respiratória neonatal, aumentando a amplitude da excursão diafragmática em RNPT com uma semana de vida independentemente da presença ou ausência de SDR ou apneia como causa de admissão na UTIN. A excursão diafragmática foi significativamente maior entre os recém-nascidos à termo e a espessura diafragmática foi menor na expiração do que na inspiração em todos os recém-nascidos. Abstract: The manual rib cage stabilization maneuver (MRCSM) is a physical therapy intervention that promotes stabilization of the zone of apposition of the diaphragm, facilitating the contraction of this muscle and the work of breathing. Only a few studies in the literature have evaluated diaphragmatic movements, and the aim of the present one was to evaluate by diaphragm ultrasound the diaphragmatic excursion in premature newborns before and after MRCSM. Before-after clinical trial assessing by diaphragm ultrasound the effectiveness of MRCSM in the amplitude of diaphragmatic excursions in premature newborns on room air or receiving supplemental oxygen by non-invasive methods. The newborns were classified in three groups: without respiratory distress syndrome (RDS) (n=26), with RDS (n=15) and with apnea (n=7) as a cause of admission to the Neonatal Intensive Care Unit (NICU). The 15 newborns who presented RDS were either on room air or receiving supplemental oxygen through a nasal cannula or continuous positive airway pressure (CPAP) on the day of the intervention. The occurrence of pain (Neonatal Infant Pain Score [NIPS] scale) and signs of respiratory distress (Silverman-Andersen score [SAs]) were also evaluated before and after MRCSM. The study sample consisted of 48 premature newborns born at a mean gestational age of 33.0±2.8 weeks with a mean birth weight of 1904.1±708.9 grams. The measurements of diaphragmatic excursion and thickening were similar in newborns without or with RDS or apnea and there was a significant increase in the amplitude of diaphragmatic excursions after MRCSM (p<0.001) and less diaphragmatic thickening at exhalation in all of them (p>0.001). The diaphragm thickening fraction was 0.50 (0.33-0.72), and the diaphragm thickening rate was 0.04 (0.03-0.07). These measurements showed no significant variation with the presence or absence of RDS or apnea (p>0.05). There was no correlation between any diaphragmatic measurement and birth weight, birth length, gestational age, or head, thoracic or abdominal circumference (r<0.10). No significant variations in heart rate (p=0.30), respiratory rate (p=0.79), peripheral oxygen saturation, considering newborns in ambient air (p=0.17), NIPS score (p=0.98), or SAs (p=0.95) were observed after the MRCSM compared with baseline. The MECM did not cause adverse effects, being effective and safe as a neonatal respiratory physiotherapeutic maneuver, increasing the amplitude of the diaphragmatic excursion in one-week-old premature newborns regardless of the presence or absence of RDS or apnea as a cause of admission to the NICU. Diaphragmatic excursion was significantly higher among term newborns and diaphragmatic thickness was lower during expiration than inspiration in all newborns.
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