Tratamento oncológico e estresse : estudo sobre crianças em tratamento em centros de referência em oncologia pediátrica
Resumo
Resumo: A doença oncológica e o seu tratamento abrangem além dos aspectos físicos, também os psicológicos e sociais. Na criança frequentemente manifestam-se sintomas de medo, ansiedade e estresse. O estresse é uma resposta natural do organismo diante de um estímulo ou situação especial de tensão ou de intensa emoção, que pode ocorrer em qualquer pessoa, sendo que nas crianças é semelhante em vários aspectos e pode gerar sérias consequências. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência de estresse em crianças de 6 a 12 anos em tratamento oncológico. Foram verificadas quais as áreas predominantes em que ocorreram as reações de estresse: físicas, psicológicas, psicológicas com componentes depressivos e psicofisiológicas. Tratou-se de um estudo analítico, quantitativo, com coleta de dados prospectiva. A amostra foi constituída por 28 crianças de 6 a 12 anos, de ambos os sexos, internadas no Setor de Pediatria do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) e/ou do Hospital Erasto Gaertner (HEG), diagnosticadas com neoplasia pela primeira vez. Até 15 dias após o diagnóstico, foi realizada a primeira aplicação às crianças de uma entrevista semiestruturada, na Escala de "Stress" Infantil (ESI) e na Escala de Faces. Neste momento, foi aplicado aos pais e/ou responsáveis, o questionário sociodemográfico. Após 60 dias foram reaplicadas a entrevista, a ESI e a Escala de Faces para as crianças e comparados os resultados. A frequência de estresse no primeiro momento foi de 43% e de 32% no segundo. Em ambos os momentos, as fases de alerta foram predominantes (67%), e não foram encontradas diferenças entre as variáveis de estresse quanto ao sexo, idade, diagnóstico de câncer, duração da hospitalização, vivência prévia de hospitalização e nas medições de reações, nem comparação na escala de dor. Deste modo, no presente estudo não foram identificados fatores associados à prevalência de estresse em crianças em tratamento oncológico. Abstract: Oncological disease and its treatment cover not only physical, but also psychological and social aspects. In children, symptoms of fear, anxiety and stress are often manifested. Stress is a natural response of the organism in the face of a special stimulus or situation of tension or intense emotion, which can occur in anyone. Regarding to children it is similar in several aspects and it can have serious consequences. The aim of this study was to assess the prevalence of stress in children undergoing cancer treatment. The risk factors associated with the presence of stress were verified, considering the predominant areas in which the stress reactions were present: physical, psychological, psychological with depressive and psychophysiological components. This was a analytical, quantitative study, with prospective data collection. The sample consisted of 28 children from 6 to 12 years old, of both sexes, admitted to the Pediatrics Sector of the Clinic Hospital Complex at Federal University of Paraná (CHC-UFPR) and / or the Erasto Gaertner Hospital (HEG). All of them were diagnosed with neoplasia for the first time. Within 15 days after diagnosis, the first stage was carried out. It consisted on the applying of a semistructured interview for children, using the Child Stress Scale (ESI) and the Faces Scale to assess pain. In this stage, the sociodemographic questionnaire were applied to parents and/or guardians. After 60 days, the interview, the ESI and the Faces Scale for children were reapplied and the results were compared. The frequency of stress in the first application of the survey was 43% and 32% in the second application. In both stages, the alert phases were predominant (67%) and no differences were found between the stress variables regarding sex, age, cancer diagnosis, hospital stay, previous experience of hospitalization, nor comparison on the pain scale. Thus, in the present study, factors associated with the prevalence of stress in children undergoing cancer treatment were not identified.
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