Viabilidade e aceitabilidade de um Programa de Exercícios Físicos Aquáticos (PEFA) por meio do treinamento intervalado de alta intensidade em pessoas com doença de Parkinson : estudo piloto

Abstract

Resumo: A doença de Parkinson (DP) é a segunda condição neurodegenerativa mais prevalente na população mundial, responsável por comprometimentos motores e não motores, como os cardiorrespiratórios. As doenças respiratórias são a principal causa de morte nessa população, devido à disfunções e degenerações das estruturas corporais e baixos níveis de atividade física. Os exercícios físicos aquáticos podem ser uma alternativa para minimizar esse ciclo fisiopatológico e beneficiar a condição cardiorrespiratória por meio de um treino intervalado de alta intensidade (TIAI). Apesar dos exercícios intervalados de alta intensidade estarem sendo explorados na literatura, desconhecemos até o momento a comprovação da viabilidade, aceitabilidade e estudo piloto desse treinamento realizado em piscina aquecida, uma vez que a água aquecida pode proporcionar movimentos funcionais que não são possíveis em solo e alavancar os ganhos fisiológicos. Portanto, o objetivo do presente estudo foi analisar a viabilidade e aceitabilidade de um Programa de Exercícios Físicos Aquáticos (PEFA) por meio do TIAI em pessoas com doença de Parkinson (PcP). Foram selecionadas pessoas com diagnóstico de DP idiopática, ambos os sexos. Foi utilizado um questionário semiestruturado para avaliar a viabilidade e aceitabilidade do PEFA. As avaliações do estudo piloto foram realizadas em três momentos: inicial, antes do início da intervenção, após 12 semanas de PEFA e, por fim, após 4 semanas de seguimento. O PEFA teve duração de 12 semanas, 2 vezes por semana, por aproximadamente 45 minutos, sendo dividido em aquecimento, TIAI e desaquecimento por meio do método Ai-Chi. Participaram do estudo 3 homens com DP, com idade média de 73 anos, Hoehn e Yahr 3, tempo médio de diagnóstico de 16 anos. Todos cumpriram o PEFA até o final, com taxa média de participação de 83% e sem eventos adversos graves. Em média, as questões relacionadas a viabilidade, recrutamento, recursos materiais e metodológicos, gestão dos locais e estruturação científica do programa, foram concordadas e consideradas no planejamento e execução do PEFA. Também houve aceite da intervenção, por meio dos participantes e equipe de pesquisa, através dos tópicos da aceitabilidade, atitude afetiva, fardo/impacto, ética, coerência de intervenção, oportunidade/custos, percepção de efetividade e autoeficácia. Além disso, foi possível observar alterações positivas nos aspectos motores, nas atividades de vida diária e na condição cardiorrespiratória. Por fim, O PEFA por meio do TIAI é viável e aceitável em pessoas com DP.

Abstract: Parkinson's disease (PD) is the second most prevalent neurodegenerative condition in the world population, responsible for motor and non-motor impairments, such as cardiorespiratory ones. Respiratory diseases are the main cause of death in this population due to degeneration of body functions and structures and low levels of physical activity. Aquatic physical exercises can be an alternative to break this pathophysiological cycle and benefit the cardiorespiratory condition through high-intensity interval training (HIIT). Although high-intensity interval exercises are being explored in the literature, we are currently unaware of the proof of feasibility, acceptability and pilot study of this training performed in a heated pool, since heated water can provide functional movements that are not possible on the ground and leverage physiological gains. Therefore, the objective of the present study was to analyze the feasibility and acceptability of an Aquatic Physical Exercise Program (APEP) through the HIIT in people with Parkinson's disease (PwP). People diagnosed with idiopathic PD, both sexes, were selected. A semi-structured questionnaire was used to assess the feasibility and acceptability of APEP. The pilot study assessments were performed at three times: initial, before the start of the intervention, after 12 weeks of APEP and, finally, after 4 weeks of follow-up. APEP lasted 12 weeks, twice a week, for approximately 45 minutes, being divided into warm-up, HIIT and cool-down using the Ai-Chi method. 3 men with PD participated in the study, with a mean age of 73 years, Hoehn and Yahr 3, mean time of diagnosis of 16 years. All met the APEP until the end, with an average participation rate of 83% and without serious adverse events. On average, issues related to feasibility, recruitment, material and methodological resources, site management and scientific structuring of the program were agreed and considered in the planning and execution of the APEP. There was also acceptance of the intervention, through the participants and research team, through the topics of acceptability, affective attitude, burden/impact, ethics, intervention coherence, opportunity/costs, perception of effectiveness and self-efficacy. In addition, it was possible to observe positive changes in the motor aspects, in the activities of daily living and in the cardiorespiratory condition. Finally, APEP through HIIT is feasible and acceptable in people with PD.