A metodologia ativa e o lúdico como métodos alternativos para o ensino de genética na educação superior

Abstract

Resumo: Atualmente, as instituições de ensino vêm exigindo do corpo docente a implementação das metodologias ativas no processo de aprendizagem. Estas metodologias, a tempos utilizadas em universidades estrangeiras, vêm sendo difundidas em instituições de Ensino Superior de todo o Brasil. As aulas presenciais, quando interativas e dinâmicas, onde o aluno sai da cômoda posição de expectador, para assumir uma postura que será a chave para a construção do seu conhecimento, tornando-o mais ativo e autônomo, além de gerar um aprendizado mais profundo, significativo e duradouro, os deixam motivados para aprender e para frequentar a faculdade. Para isso, um dos grandes desafios dos profissionais da área de educação superior é organizar suas aulas de forma didática e que substituam as formas tradicionais de ensino, por metodologias ativas, buscando uma mudança na postura do aluno, que chega à universidade sem repertório de estímulo para a construção do conhecimento. Em cursos de graduação na área de Biológicas e da Saúde, os alunos expressam dificuldades e desinteresse nas disciplinas que envolvem temas relacionados á Genética, sendo visto por eles como um assunto bastante abstrato e difícil de compreender. Frente aos relatos apresentados e tendo como público alvo alunos matriculados em uma disciplinas de Genética do curso de Biomedicina de uma instituição privada, este trabalho teve como objetivos: 1. Testar a aplicabilidade e a efetividade de duas metodologias ativas que cabem na modalidade de sala de aula invertida (Flipped Classroom) e que visam o protagonismo estudantil: o Just-in-time teaching (JiTT) e o Team based learning (TBL); 2. Elaborar e testar a eficiência de um jogo sobre regulação da expressão gênica em procariotos, buscando contribuir com o ensino de um tema abstrato. Os dados obtidos em um questionário diagnóstico revelaram que no método JiTT nem todos os alunos que faziam a leitura respondiam as perguntas propostas para o JiTT, pois 60% dos estudantes sentiram-se estimulados em ler o material de apoio antes do encontro presencial, mas apenas 23% aderirem a resolução dos exercícios de aquecimento. Na tentativa de aumentar a dedicação dos alunos ao preparo prévio, associamos ao JiTT o uso da plataforma Mentimeter, trazendo para as aulas a gamificação com estratégia pedagógica. A associação fortaleceu a metodologia JiTT mediante uma maior dedicação dos estudantes aos exercícios de aquecimento, além do grande entusiasmo e satisfação durante as atividades de gamificação, meta que tavez não fosse atingida se o JiTT fosse aplicado separadamente. Para o TBL, 75% dos estudantes concordam que o método contribuiu para sua autonomia e responsabilidade pela aprendizagem, trazendo a tona o protagonismo estudantil; e 83% relatam a importância do método para o incentivo do trabalho em equipe e responsabilidade pela aprendizagem dos colegas, objetivo relevante desta metodologia. Todos os alunos concordaram que o jogo utilizado para ensinar regulação da expressão gênica, serviu como elemento estruturante para a construção do conhecimento de um tema abstratos. Com isso, concluímos que complementar as aulas tradicionais com metodologias ativas de ensino aumentaram o interesse dos alunos na disciplina de Biologia Molecular Aplicada em uma turma de Biomedicina e asseguraram o engajamento dos estudantes, o hábito de estudo, o desenvolvimento de habilidades e a autonomia sobre aprendizagem. Sendo assim, sugerimos o uso do método TBL, a associação da plaraforma Mentimeter ao método JiTT e o método GBL, como recursos para o ensino de genética em cursos de educação superior. As metodologias apresentadas podem ser estendidas à pós-graduações e educação básica (ensino fundamental e médio), bem como para outras áreas de conhecimento, além da Genética.

Abstract: Currently, educational institutions are demanding from the teaching staff the implementation of active methodologies in the learning process. These methodologies, used at times in foreign universities, have been disseminated in higher education institutions throughout Brazil. Face-to-face classes, when interactive and dynamic, where the student leaves the comfortable position of a spectator, to assume a posture that will be the key to the construction of his knowledge, making him more active and autonomous, in addition to generating a deeper learning, meaningful and lasting, leave them motivated to learn and attend college. For this, one of the great challenges of professionals in the field of higher education is to organize their classes in a didactic way that replaces traditional forms of teaching with active methodologies, seeking a change in the attitude of the student, who arrives at the university without a stimulus repertoire. for the construction of knowledge. In undergraduate courses in the area of Biology and Health, students express difficulties and lack of interest in disciplines that involve themes related to Genetics, being seen by them as a very abstract subject and difficult to understand. In view of the reports presented and having as its target audience students enrolled in a Genetics course in the Biomedicine course at a private institution, this work had the following objectives: 1. Test the applicability and effectiveness of two active methodologies that fit into the classroom modality. flipped class (Flipped Classroom) and aimed at student protagonism: Just-in-time teaching (JiTT) and Team based learning (TBL); 2. Elaborate and test the efficiency of a game on the regulation of gene expression in prokaryotes, seeking to contribute to the teaching of an abstract theme. The data obtained from a diagnostic questionnaire revealed that in the JiTT method, not all students who did the reading answered the questions proposed for the JiTT, as 60% of the students felt encouraged to read the support material before the face-to-face meeting, but only 23% adhered to the resolution of the warm-up exercises. In an attempt to increase students' dedication to prior preparation, we associated JiTT with the use of the Mentimeter platform, bringing gamification to classes with a pedagogical strategy. The association strengthened the JiTT methodology through greater dedication of the students to the warm-up exercises, in addition to the great enthusiasm and satisfaction during the gamification activities, a goal that perhaps would not have been achieved if the JiTT were applied separately. For TBL, 75% of students agree that the method contributed to their autonomy and responsibility for learning, bringing out student protagonism; and 83% report the importance of the method for encouraging teamwork and responsibility for colleagues' learning, a relevant objective of this methodology. All students agreed that the game used to teach regulation of gene expression, served as a structuring element for the construction of knowledge of an abstract theme. Thus, we concluded that complementing traditional classes with active teaching methodologies increased students' interest in the discipline of Applied Molecular Biology in a Biomedicine class and ensured student engagement, study habits, skills development and autonomy over learning. Therefore, we suggest the use of the TBL method, the association of the Mentimeter platform with the JiTT method and the GBL method, as resources for teaching genetics in higher education courses. The methodologies presented can be extended to post-graduate courses and basic education (elementary and high school), as well as to other areas of knowledge, in addition to Genetics.