Análise da dissecção axilar seletiva em pacientes submetidas a terapia sistêmica neoadjuvante no tratamento câncer de mama
Resumo
Resumo: Introdução: A utilização da marcação axilar pré terapia sistêmica neoadjuvante (TSN) é um campo de controvérsias em pacientes com linfonodos (LN) comprometidos. Vários métodos foram testados levando a redução da taxa de falso negativo em comparação com o linfonodo sentinela, acrescentando precisão. O objetivo deste estudo é avaliar os desfechos oncológicos em pacientes submetidas a dissecção axilar seletiva com marcação pré TSN com carvão a 4%, o objetivo secundário é avaliar as associações entre linfonodo sentinela (LS) e linfonodo marcado pré TSN. Métodos: Foi realizado um estudo prospectivo em pacientes com câncer de mama cT1-T4, cN1-N2 que foram submetidas à análise de LNs suspeitos e marcação concomitante com carvão a 4%. Após TSN, os LNs marcados foram identificados e ressecados associado a biópsia do LS. Os desfechos oncológicos apontados foram sobrevida global (SG), sobrevida específica (SE), sobrevida livre de doença a distância (SLDD), recorrência axilar (RA) e recorrência local (RL). Resultados: Foram incluídas na análise 176 pacientes operadas entre julho de 2014 a janeiro de 2019. O LS e o linfonodo marcado com carvão (LMC) foram coincidentes em 93/176 (52,8%), não foram coincidentes em 44/176 (25%) e um dos métodos não foi identificado em 39/176 (22,1%). Ao condensarmos os linfonodos não encontrados com os linfonodos positivos a concordância da amostra é de 148/176 (81,4%) [Kappa = 0,67 (IC95%: 0,56 - 0,78)]. Com um seguimento médio de 49 meses, 168 pacientes foram incluídos na análise dos desfechos oncológicos. Foram observados 5/168 (2,9%) RAs. Houve associação significativa entre esvaziamento axilar e recorrência axilar (0 contra 6% p = 0,012). A SG para os estadios clínicos 2B, 3A e 3B foram 97, 88 e 87,5% respectivamente. Conclusões: Os desfechos oncológicos são compatíveis com as curvas de sobrevida da American Joint Committee on Cancer 8ª edição e, desta forma, uma ferramenta segura para pouparmos mulheres do esvaziamento axilar quando houver resposta axilar completa a terapia. A taxa de concordância entre o LMC com o LS foi moderada quando levamos em consideração a falha de algum método constatando a necessidade de um método suplementar ao LS neste grupo de pacientes. Abstract: Background: The use of axillary marking before neoadjuvant systemic therapy (NST) is a controversial field in patients with positive lymph nodes (LN). Several methods have been tested leading to reduced false negative rate compared to sentinel lymph node, adding accuracy. The aim of this study is to evaluate the oncological outcomes in patients undergoing targeted axillary dissection with pre- NST marked with 4% carbon, the secondary objective is to evaluate the associations between sentinel lymph node and pre-NST marked lymph node. Methods: A prospective study was performed in patients with cT1-T4, cN1-N2 breast cancer who underwent analysis of suspected LNs and concomitant marking with 4% carbon. After NST, marked LNs were identified and resected associated with sentinel lymph node biopsy. The oncological outcomes indicated were overall survival (OS), specific survival (SE), distant disease-free survival (DFS), axillary recurrence (AR) and local recurrence (LR). Results: A total of 176 patients operated between July 2014 and January 2019 were included in the analysis. Sentinel lymph node and carbon-marked lymph node were coincident in 93/176 (52.8%), were not coincident in 44/176 (25%) and one of the methods was not identified in 39/176 (22.1%) cases. When condensing lymph nodes not found with positive lymph nodes, the sample agreement is 148/176 (81.4%) [Kappa = 0.67 (95%CI: 0.56 - 0.78)]. With a mean follow-up of 49 months, 168 patients were included in the analysis of oncologic outcomes. 5/168 (2.9%) AR were observed. There was a significant association between axillary dissection and axillary recurrence (0 vs. 6% p = 0.012). OS for clinical stages 2B, 3A, and 3B were 97, 88, and 87.5%, respectively. Conclusions: The oncological outcomes are compatible with the survival curves of the American Joint Committee on Cancer 8th edition and, therefore, a safe tool to spare women from axillary dissection when there is a complete axillary response to therapy. The concordance rate between the marked lymph node and the sentinel lymph node was moderate when we took into account the failure of some method, noting the need for a supplementary method to the sentinel lymph node in this group of patients.
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