Variabilidade de atributos do solo e nutricionais de áreas de produção de Pinus taeda L. com sintomas de clorose
Resumo
Resumo: A heterogeneidade de crescimento e o aparecimento de clorose nas acículas de Pinus taeda em talhões comerciais de baixo crescimento tem se intensificado nos últimos anos. Logo, objetivou-se verificar se o Índice Resistente à Atmosfera na Região Visível (VARI) é capaz de representar a heterogeneidade de desenvolvimento do Pinus taeda, e se essa está associada a características pedológicas e químicas do solo, serapilheira e nutrição das árvores com clorose. O estudo foi conduzido em uma área de 18,42 hectares de reflorestamento de Pinus taeda (14 anos), em segundo desbaste, com solo formado sobre rocha eruptiva ácida (riodacito e riolito), sem utilização de corretivos e fertilizantes. O talhão foi escolhido por evidenciar elevada variação no crescimento das plantas e árvores com clorose. Utilizando imagens aéreas obtidas com drone foi realizada a confecção de um mapa para separar a área, quanto ao índice VARI, em quatro classes: muito baixo, baixo, médio e alto. Foram realizadas coletas de solo em três profundidade para análise química, serapilheira (< 2 mm >) e tecidos vegetais (acículas – terço superior da copa coletando primeiro e segundo lançamento e terço inferior da copa – coletando segundo lançamento, casca e lenho – ambos a seis alturas do tronco e raízes finas encontradas na serapilheira). A serapilheira e os tecidos vegetais coletados foram analisados quimicamente por digestão a seco (em mufla) e determinados por espectroscopia de emissão óptica de plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). As árvores foram avaliadas quanto ao diâmetro a altura do peito (DAP), sendo uma selecionada para ser abatida, da qual foi medida a altura (comercial e total), volume e biomassa. Foi coletado um disco na altura do DAP e esse foi analisado por densitometria de raios-X, obtendo-se a largura dos anéis de crescimento e densidade da madeira. Também determinou-se a declividade das parcelas e a classificação dos solos. Não houve diferenças na classificação do solo e na fertilidade entre as classes, todas apresentaram solos de muito baixa fertilidade, extremamente ácidos. A classe alta quando comparada com as classes de menor VARI (baixa e muito baixa) apresentou volume de madeira (sem casca) superior em 0,20 m³ árvore-1. As classes de maior VARI apresentaram maiores concentrações de cálcio (Ca) e magnésio (Mg) nas acículas, cascas e raízes finas, principalmente para Mg. A classe alta e média também apresentaram maiores concentrações de Ca e Mg na serapilheira (> 2 mm), porém tiveram menor acúmulo dessa. O VARI se mostrou eficiente para representar a heterogeneidade de crescimento. A classe muito baixa apresentou clorose nas pontas das acículas e perda da copa das árvores, sintomas condizentes com os indicados para deficiência de Mg na literatura, entretanto, sugere-se um ajuste no limite crítico de Mg nas acículas para 0,30 g kg-1. As acículas, raízes finas, casca e serapilheira (> 2 mm) mostraram-se como bons indicadores do estado nutricional da planta. A deficiência de Mg2+ é a causa mais provável do menor desenvolvimento das plantas, estando diretamente associada a baixa fertilidade natural do solo e o esgotamento desse pela não reposição de nutrientes. Abstract: The heterogeneity of growth and the appearance of needle chlorosis in Pinus taeda needles in low growth commercial areas has intensified in recent years. Therefore, the goals of this study were to verify if Visible atmospherically Resistant Index (VARI) can represent the heterogeneity of Pinus taeda development and whether this is associated with pedological and chemical characteristics of the soil, litter, and tree nutrition with chlorosis symptoms. The study was conducted in an area of 18.42 hectares of Pinus taeda reforestation (14 years-old), in second thinning, with soil formed on acid eruptive rock (rhyodacite and rhyolite), without the use of correctives and fertilizers. The area was chosen because it shows high variation in the growth of plants and trees with chlorosis. Using aerial images obtained with a drone a map was created to separate the area, regarding the VARI index, into four classes: Very Low, Low, Medium, and High. Soil samples was collected at three depths for chemical analysis, litter (< 2 mm >) and plant tissues (needles – upper third of canopy collecting first and second flush and lower third of canopy – collecting second flush, bark and wood – both at six trunk heights, and fine roots found in the litter) were also collected. The litter and plant tissues were chemically analyzed by dry digestion (in muffle) and determined by inductively coupled plasma optical emission spectroscopy (ICP-OES). The trees were evaluated for diameter at breast height (DBH), one being selected to be felled, which was measured for height (commercial and total), volume and biomass. A disk was collected at the height of the DBH, and this was analyzed by X-ray densitometry, obtaining the width of the growth rings and wood density. The slope of the plots and the classification of the soils were also determined. There were no differences in soil classification and fertility between classes, all had very lowf ertility, extremely acidic soils. The High class, when compared to the lower VARI classes (Low and Very Low) presented a wood volume (without bark) superior by 0.20m³ tree-1. The classes with the highest VARI showed higher concentrations of calcium (Ca) and magnesium (Mg) in the needles, bark, and fine roots, mainly for Mg. The High and Medium classes also presented higher concentrations of Ca and Mg in the litter (> 2 mm) but had a smaller accumulation of this. The VARI proved to be efficient to represent growth heterogeneity. The Very Low class showed chlorosis at the tips of the needles and loss of the tree canopy, symptoms consistent with indicated for Mg deficiency in the literature, however, an adjustment in the critical limit of Mg in the needles to 0.30 g kg-1 is suggested. The needles, fine roots, bark, and litter (> 2 mm) were good indicators of the nutritional status of the plant. Mg2+ deficiency is the most likely cause of reduced plant development, being directly associated with low natural soil fertility and soil depletion due to lack of nutrient replacement.
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