Avaliação da ação antitumoral in vivo de fucana A em melanoma murino
Resumo
Resumo: O melanoma é um tipo de câncer de pele extremamente agressivo e letal após metástases, sendo que a taxa de sobrevivência de 5 anos é estimada entre 15% e 20%, e de 10 anos, entre 10% e 15%, após o diagnóstico tardio. Os atuais tratamentos, como quimioterapia, imunoterapia e/ou terapias direcionadas, produzem severos efeitos adversos, que limitam a reabilitação e reduzem a taxa de sobrevida dos pacientes. Os polissacarídeos sulfatados representam uma alternativa de tratamento que possui baixos efeitos colaterais melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Estudos anteriores mostraram que a fucana A, um polissadarídeo sulfatado extraído da alga marrom Spatoglossum schröederi, não é citotóxica, mas reduziu a capacidade de invasão celular, quando testada in vitro em célula de melanoma murino B16F10. No presente trabalho foi avaliada a ação antitumoral in vivo da fucana A, em melanoma murino nos modelos de tumores sólidos subcutâneos e de colonização/metástase pulmonar. Em um tratamento terapêutico, que ocorre após o estabelecimento do tumor sólido, a dose de 100mg/kg de fucana A foi capaz de inibir o crescimento tumoral em torno de 50%, bem como reduzir em 83% a área de vasos intratumorais. Em um tratamento preventivo, que ocorre antes do estabelecimento do tumor sólido, a dose de 30mg/kg foi capaz de inibir o crescimento tumoral em mais de 30%. O tratamento preventivo com a fucana A, no modelo de metástase pulmonar, resultou na redução de 66,86% do número de nódulos implantados no pulmão, quando a dose de 30mg/kg do polissacarídeo foi utilizada. A análise dos parâmetros fisiológicos, perfis hematológico e bioquímico, não mostram alterações que indiquem toxicidade, sugerindo que o polissacarídeo é seguro para uso in vivo. Portanto, os dados obtidos no presente trabalho sugerem que a fucana A possui atividade antimelanoma, reduzindo o crescimento in vivo de tumores sólidos e a formação de metástases pulmonares de melanoma murino. Abstract: Melanoma represents a highly aggressive form of skin cancer that can be lethal after metastasis, with an overall 5-year survival of 15% to 20%, and 10-year survival of 10% to 15% in advanced stages. Current treatments, such as chemotherapy, immunotherapy and/or targeted therapy cause significant side effects that have limited treatment efficacy and patient survival rates. Sulphated polysaccharides can be considered as a treatment alternative with low side effects, improving patients' quality of life. Previous studies showed that fucan A, a sulphated polysaccharide extracted from the brown seaweed Spatoglossum schröederi, was not cytotoxic but reduced the cell invasion when tested in vitro in murine melanoma cell line B16F10. In the present in vivo study, the antitumor potential of fucan A was evaluated in subcutaneous solid tumors and lung metastasis murine melanoma models. In therapeutic treatment, after the establishment of solid tumor, 100mg/kg dose of fucan A inhibited tumor growth by about 50% and reduced 83% the area of intratumoral vessels. In prophylactic treatment, before the establishment of the solid tumor, 30mg/kg dose was able to inhibition of tumor establishment in more than 30%. Prophylactic treatment with fucan A in the pulmonary metastasis model resulted in a 66.86% decrease number of nodules implanted in the lungs, when 30 mg/kg dose was used. Analysis of physiological parameters, hematological and biochemical profiles did not show any significant change related to toxicity, indicating that fucan A is safe for in vivo administration. Therefore, the data obtained in the present study suggest that fucan A has antimelanoma activity, reducing solid tumors growth and pulmonary metastases formation in murine model.
Collections
- Dissertações [102]