dc.description.abstract | Resumo: A maioria dos trabalhos realizados em regiões Neotropicais, referentes às aves de estrato inferior de floresta e suas guildas, são realizados em floresta Amazônica ou próximo à linha do Equador. As aves de Floresta Estacional Semidecidual são pouco exploradas neste aspecto, necessitando ainda muitos dados, tais como medidas morfológicas e hábitos alimentares. Estes dados são fundamentais, principalmente levando-se em consideração que este tipo de floresta se encontra altamente fragmentado. O objetivo deste trabalho é de fornecer dados sobre comportamento alimentar de algumas aves de estrato inferior de floresta. As coletas foram realizadas em uma área de Floresta Estacional Semidecidual, localizada no norte da Bacia do Rio Tibagi (23° 2 7 ’S, 51° 15’W), com 600 ha de floresta, denominada "Parque Estadual Mata dos Godoy" O trabalho de campo foi realizado de janeiro a dezembro de 1997, sendo utilizado o método de observação direta. Durante as observações, foram anotados os seguintes dados: Tipo de alimento ingerido (inseto e/ou fruta), local de obtenção de alimento (estrato e substrato), técnicas de captura do alimento, seguindo bandos mistos e/ou correição. Um total de 340 registros do comportamento alimentar foram obtidos para as seguintes espécies de estrato inferior de floresta: Mackenziaena severa (24 registros), Pyriglena leucoptera (193), Synallaxis ruficapilla (43), Mionecíes rufiventris (36), Leptopogon amaurocephalus (31), Myiornis auricularis (33), Basileuterus culicivorus (54) e Trichothraupis melanops (45). Mackenziaena severa e Pyriglena leucoptera deram preferência ao solo quando seguiam correição de formigas, mas mudaram o comportamento quando afastados das formigas. A primeira espécie não demonstrou preferência para o solo ou estrato inferior, enquanto que a segunda preferiu o estrato inferior quando estava fora das correições. S. ruficapilla e M. auricularis capturam artrópodes em vegetação densa, sendo que o primeiro prefere capturar o alimento no poleiro, enquanto que o segundo prefere do poleiro para a vegetação. L. amaurocephalus e B. culicivorus também freqüentam a vegetação, mas não tão densa como as duas últimas espécies. A primeira espécie demonstrou ser generalista quanto ao estrato (inferior, médio e superior), mas deu preferência apenas à obtenção do alimento do poleiro para a vegetação. A última espécie preferiu apenas os estratos inferior e médio, preferindo ainda, forragear no poleiro. M. rufiventris e T. melanops foram consideradas como pequenos omnívoros, se alimentando tanto de insetos como de frutas. A primeira espécie demonstrou ser mais generalista quanto ao estrato e à tática de forrageamento, enquanto que a segunda preferiu os estratos inferior e médio e, quanto à técnica de alimentação, preferiu do poleiro para a vegetação e caça aérea. | pt_BR |