Frequência de alterações cutâneas em recém-nascidos pré-termo
Resumo
Resumo: Introdução: A pele é um órgão complexo e fundamental para a transição entre a vida intra e extra-uterina, porém quanto mais precoce é o nascimento, mais imatura é a pele do recém-nascido, o que resulta numa maior sensibilidade para o aparecimento de lesões cutâneas. Não há estudo brasileiro que avaliou alterações cutâneas exclusivamente em recém-nascidos prematuros. Objetivo: Determinar a frequência de diagnósticos dermatológicos em recém-nascidos prematuros e relacioná-los com os fatores perinatais. Métodos: Trata-se de estudo transversal analítico com amostra de conveniência e coleta prospectiva de dados, realizada entre novembro de 2017 e agosto de 2019. Foram examinados 341 neonatos prematuros internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e prematuros tardios internados no Alojamento Conjunto de um hospital de nível de atendimento terciário. Os neonatos foram avaliados para determinar a frequência de diagnósticos dermatológicos presentes até 28 dias de vida. Resultados: A frequência de diagnósticos dermatológicos foi de 100%, sendo os mais observados: lanugo em 293 recém-nascidos (85,9%), mancha salmão em 247 (72,4%), hiperplasia sebácea em 234 (68,6%), descamação fisiológica em 187 (54,8%), mancha mongólica em 132 (38,7%), pérola de Epstein em 127 (37,2%), cisto de mília em 110 (32,2%), lesões cutâneas traumáticas em 82 (24%), eritema tóxico em 57 (16,7%) e dermatite de contato em 17 (5%). Os RN com IG <28 semanas apresentaram mais lesões traumáticas e escoriações (p<0,001), naqueles com IG (maior ou igual à) 28 semanas foram mais frequentes as alterações fisiológicas (lanugo e a mancha salmão) (p<0,001) e naqueles com IG entre 34 a 36 6/7 semanas as alterações transitórias (eritema tóxico e a miliária) (p<0,001). Conclusão: Diagnósticos dermatológicos foram frequentes e naqueles com maior idade gestacional houve maior frequência de alterações fisiológicas e transitórias. Lesões cutâneas traumáticas ocorreram naqueles com menor idade gestacional e figuraram e entre as 10 mais observadas, demonstrando a necessidade de implementação de protocolos de cuidados com a pele no período neonatal, de forma efetiva, principalmente nos prematuros. Abstract: Introduction: The skin is a complex and fundamental organ for the transition between intra and extrauterine life, but the earlier the birth, the more immature the newborn's skin, which results in greater sensitivity to the appearance of skin lesions. There is no Brazilian study that evaluated skin changes exclusively in premature newborns. Objective: To determine dermatological diagnoses frequencies in premature newborns and to relate it to perinatal factors. Methods: This is an analytical crosssectional study with a convenience sample and prospective data collection, carried out between November 2017 and August 2019. We examined 341 premature neonates admitted to the Neonatal Intensive Care Unit and late preterm newborns admitted to the Rooming-in of a tertiary care hospital. Neonates were evaluated to determine the frequency of dermatological diagnoses present up to 28 days of life. Results: Dermatological diagnoses frequency was 100%, being the most observed: lanugo in 293 newborns (85.9%), salmon spot in 247 (72.4%), sebaceous hyperplasia in 234 (68, 6%), physiological desquamation in 187 (54.8%), Mongolian spot in 132 (38.7%), Epstein's pearl in 127 (37.2%), milia cysts in 110 (32.2%), traumatic skin lesions in 82 (24%), erythema toxicum in 57 (16.7%) and contact dermatitis in 17 (5%). Newborns with Gestational Age (GA) <28 weeks had more traumatic injuries and excoriations (p<0.001), in those with GA (bigger or equal) 28 weeks, physiological changes (lanugo and salmon spot) were more frequent (p<0.001) and in those with GA between 34 to <37 weeks the transient changes (erythema toxicum and miliaria) (p<0.001). Conclusion: Dermatological diagnoses were frequent and in those with higher GA there was a greater frequency of physiological and transient changes. Traumatic skin lesions occurred in those with the lowest GA and were among the 10 most observed dermatoses, demonstrating the need to effectively implementing skin care protocols in the neonatal period, especially in premature infants.
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